Redes de apoio sustentam os desafios da maternidade

Sem o suporte adequado, mães dificilmente conseguem sozinhas enfrentar todas as dificuldades dessa fase inicial

Redes de apoio sustentam os desafios da maternidade

Se deposita na mãe uma série de cobranças. Mas é muito difícil cuidar do outro, sem cuidar de si, primeiramente. Pensando em ajudar mães de crianças entre 0 a 6 anos, a fase inicial e fundação da formação emocional destes pequenos, a psiquiatra, Mônica Cereser criou uma rede de apoio que funciona tanto presencialmente, quanto online para as mães receberem esse suporte em relação as suas principais dúvidas, o MAM (Mães que Ajudam Mães).

Eu comecei minha caminhada há muito tempo, buscando autoconhecimento e em certo momento resolvi colocar em ação um desejo que tinha de ajudar as crianças e pais que chegavam ao meu consultório”, conta Dr. Mônica Cereser, que é psiquiatra de formação e se especializou em psiquiatria da infância e adolescência no Hospital das Clínicas da USP. 

O apoio da família, dos amigos, das redes de suporte é essencial, nesse sentido. Eles podem oferecer estrutura emocional, ajuda prática e um sentimento de comunidade. Nos grupos de apoio e comunidades online, as mães conseguem encontrar conforto e orientação em comunidades e um lugar seguro para compartilhar experiências e obter orientações. Daí a importância de grupos como o MAM.

A rede de apoio para as mães é relevante tanto para a saúde emocional, como a física e social, da mãe e do bebê. Investir na fundamentação e ampliação dessa rede, pode trazer benefícios significativos para a maternidade, tornando essa fase menos turbulenta e mais saudável”, conta Mônica.

A psiquiatra que também é autora do guia “Se eu soubesse” e mãe de três filhos, atendia muitas mães estressadas, depressivas e/ou ansiosas, pois não sabiam como cuidar do acúmulo de funções que exerciam. Elas priorizam seu entorno, muitas vezes esquecendo de si mesmas.

Quando tive meus filhos eu não tinha as informações que tenho agora e que são muito preciosas, pois não envolvem somente teorias do desenvolvimento, mas sim o que acontece no mundo emocional deles”, conta a especialista.

Ela compartilha que não tinha a dimensão de que estava vivendo um stress intenso. Daí começa-se a viver no automático e não conseguimos mais racionalizar e começar a tomar as melhores atitudes. “Eu não entendia que poderia pedir ajuda, que não precisava ser forte, perfeita”, desabafa.

Além do suporte emocional, que permite a redução de estresse e aumento da confiança, as experiências de outras mães podem ajudar nos problemas mais cotidianos e até mesmo detectar questões mais graves como a depressão pós-parto, por exemplo. Esses grupos podem ajudar também na conexão com profissionais de outras áreas da saúde, no empoderamento feminino e na criação de novos vínculos de amizade.