TRI: um formato facilitador no ENEM
Esse sistema de avaliação, se bem utilizado, pode auxiliar o estudante a se sair bem no vestibular
As avaliações para a entrada em universidades brasileiras estão chegando e, além do foco no estudo de conteúdos específicos, é preciso se atentar em como cada prova avalia os estudantes. Dentro desse cenário, está o ENEM, a principal porta para quem deseja ingressar em uma faculdade pública e que utiliza um sistema de notas que pode ajudar bastante os vestibulandos, se bem entendido: o TRI.
“TRI significa teoria de resposta ao item, sendo nova no ramo da estatística trabalhando com cada item isoladamente e avaliando um candidato de acordo com aquilo que ele sabe ou adquiriu de
conhecimento com o passar dos anos, o chamado traço latente”, afirma Rodrigo do Carmo, professor de matemática do curso pré-vestibular Oficina do Estudante. Na prática, essa técnica no Exame Nacional do Ensino Médio consegue analisar, de forma justa, o estudante que conseguiu se preparar emocionalmente para cada prova, considerando uma questão alternativa para além de certa ou errada.
“No ENEM, cada pergunta teste é considerada como se fosse dissertativa, isto é, leva em consideração o raciocínio do aluno, os passos que o aluno fez para ele chegar naquela resposta. Se
analisarmos as alternativas de cada item do Enem na forma de um degrau, sendo o degrau zero o aluno que não sabe nada daquele item e um degrau 3 ou 4 o aluno que sabe tudo. Portanto, cada um desses degraus tem uma alternativa correspondente e o aluno que fez 40% da questão tem o item correspondente o aluno que fez 70% da questão tem uma outra alternativa correspondente, e assim por diante”, enfatiza Rodrigo.
O TRI também é utilizado em outros sistemas de avaliação no mundo, incluindo o SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica) no Brasil e Exame TOEFL nos Estados Unidos, por exemplo. Já na avaliação de matemática no ENEM, é fundamental que o aluno possa entender que perguntas fáceis, médias e difíceis estão misturadas e que, ao invés de realizar as questões na ordem em que elas aparecem no teste, deve-se fazê-las na ordem crescente de dificuldade, pois assim o tempo será melhor investido.
A partir disso, o professor do Curso Pré-vestibular Oficina do Estudante reforça que uma resposta nunca deve ser chutada, apenas em último caso. “O ideal seria resolver a prova em leituras. Então ele faz uma primeira leitura, resolve as fáceis, marca as médias. Faz uma segunda leitura, resolve as médias, marca as difíceis. Na terceira leitura ele vai tentar resolver as difíceis e as que ele não resolveu, poderá chutar”, explica Rodrigo.
Por fim, a principal dica que o docente dá para estudantes é entender que o ENEM pode avaliar a sua contradição durante a resolução do vestibular.
“Um aluno que tem 18 acertos em matemática pode tirar, por exemplo, de 500 a 690 pontos, dependendo de sua coerência pedagógica, isto é, você não pode se contradizer. Se o candidato chuta por chutar ou por faltar tempo, ele pode contradizer tudo aquilo que ele falou ou tudo aquilo que ele aprendeu, incluindo acertar uma questão difícil e errar uma questão fácil. Por isso, é fundamental distribuir da melhor forma o tempo de resolução das questões”, finaliza Rodrigo.
Ajude o Correio a continuar e a melhorar: Apoia.Se | Catarse | Benfeitoria | Vakinha