Quando não criar um e-commerce?
Por Renan Cardarello*
Os e-commerces são o boom do momento, o desejo de todos os empreendedores que possuem apenas estabelecimentos físicos e que buscam escalar seus negócios entrando no mercado virtual a fim de vender para os mais diversos lugares do nosso país. Mas, será que, para seguir nessa escolha, a sua empresa possui alicerces rígidos o suficiente para disputar nessa competitiva avenida?
Em um mercado altamente globalizado, inserir sua marca neste ambiente digital é uma estratégia fundamental para expandir o alcance de vendas, atingir cada vez mais potenciais compradores e, consequentemente, prospectar os lucros corporativos sem barreiras geográficas. Segundo dados divulgados pela BigDataCorp, como prova disso, das mais de 60 milhões de empresas abertas no Brasil, cerca de 36,35% delas (o equivalente a, aproximadamente, 22 milhões de CNPJs), já estão vendendo online.
As oportunidades de crescimento de um negócio neste universo são enormes – porém, tamanho brilho pode ofuscar alguns cuidados importantes que devem ser levados em consideração nessa imersão. Os consumidores estão cada vez mais exigentes sobre com quem compram pela internet e, diante desta alta seletividade, certos deslizes podem fazer com que as marcas percam potenciais clientes gradativamente.
Segundo outro estudo feito pela Opinion Box, existem cinco causas principais que influenciam, diretamente, a desistência de compras online por consumidores: valor do frete, preços altos, prazo de entrega longo, UX ruim no site ou app e, por fim, atendimento ruim nos canais digitais. Pontos aparentemente simples, mas que, com certeza, farão toda a diferença para o sucesso ou fracasso de um e-commerce.
Considerando esse cenário, um dos pontos mais importantes que os empreendedores devem ter em mente para que seu comércio online, realmente, fature a ponto de se pagar e conseguir algum lucro inicial para seu proprietário, é a criação de bases fortes o suficiente que estruturem o desenvolvimento da loja virtual para a condução de sua jornada. Isso porque a falta delas, mesmo com um bom trabalho de marketing em conjunto, pode fazer com que, em certos nichos de mercado, os possíveis clientes cheguem no site através de anúncios, mas não concluam sua compra.
Ainda, as condições de pagamento, diferenciação da marca, estudo de concorrentes, tom de voz e identidade visual definidas, bem como a persona que é seu público, também não podem ficar de fora deste processo. Até porque, na eventualidade de mesmo que apenas um desses pontos citados não esteja alinhado, é possível que o faturamento caia drasticamente, porque, no final de tudo, cada engrenagem dessa máquina que é o “e-commerce” deve estar alocada precisamente, de modo em que não sejam apresentados problemas nos primeiros meses.
Aquelas que desejam digitalizar seus negócios devem priorizar os pontos abordados acima, de forma que, na iminência de qualquer um destes riscos, consiga ajeitá-los em tempo hábil para que, assim, possa se aventurar pelos mares do e-commerce. Isso, além de evitar investimentos que, possivelmente, seriam jogados fora ao chegar de mãos abanando nesse campo de batalha que é o ambiente digital, minimizará as chances de seu consumidor passar por uma experiência negativa que agrida sua imagem no mercado perante parceiros e futuros compradores.
O que não devemos, como profissionais de marketing, é vender ideias ilusórias e que serão inalcançáveis para nossos clientes. Afinal, sem o lucro do cliente, quem irá pagar por nossos serviços, não é mesmo?
(*) CEO (diretor executivo) da iOBEE.