Depressão, Fisioterapia e Neurociência: Uma Perspectiva Integrada

O Setembro Amarelo chegou, e nosso colunista explica que a fisioterapia e a neurociência podem ser aliados no combate a depressão! Confira!

Depressão, Fisioterapia e Neurociência: Uma Perspectiva Integrada
A depressão, frequentemente tratada como um mal silencioso, afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, impactando suas vidas de maneira profunda e debilitante. Tradicionalmente, o tratamento da depressão envolve a combinação de terapia medicamentosa e psicoterapia. No entanto, um campo emergente dentro da fisioterapia, em conjunto com os avanços da neurociência, oferece uma nova perspectiva sobre como abordar essa condição de maneira mais abrangente.
A fisioterapia é amplamente conhecida por seu papel no tratamento de condições físicas, mas sua aplicação na saúde mental ainda é subestimada. Estudos recentes indicam que a atividade física, fundamental na fisioterapia, pode desempenhar um papel crucial no alívio dos sintomas depressivos. A prática regular de exercícios promove a liberação de endorfinas e outros neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina, que são diretamente responsáveis pela sensação de bem-estar. Além disso, o movimento físico ajuda a reduzir os níveis de cortisol, hormônio relacionado ao estresse, criando uma resposta positiva no corpo e na mente.
A neurociência contribui significativamente para a compreensão desse processo. Pesquisas neurocientíficas revelam que o exercício físico regular pode promover a neurogênese, ou seja, a formação de novas células nervosas no cérebro, especialmente em áreas relacionadas à memória e ao humor, como o hipocampo. Isso demonstra que a fisioterapia não apenas melhora a saúde física, mas também tem o potencial de induzir mudanças estruturais e funcionais no cérebro, aliviando os sintomas da depressão. Além disso, a fisioterapia pode ser personalizada para atender às necessidades individuais dos pacientes com depressão.
Técnicas como o alongamento, o fortalecimento muscular e os exercícios de equilíbrio não apenas melhoram a condição física, mas também podem proporcionar um sentimento de conquista e autoestima ao paciente. Essa abordagem multidimensional é essencial, considerando que a depressão é uma condição complexa, com fatores biológicos, psicológicos e sociais interligados. Outro ponto relevante é o papel da fisioterapia no combate aos efeitos secundários da depressão, como o sedentarismo e a perda de mobilidade. A inatividade física, comum entre pessoas depressivas, pode levar a uma série de complicações, como dores musculoesqueléticas e problemas cardiovasculares. A fisioterapia, ao promover a mobilidade e o movimento, combate esses efeitos adversos, auxiliando na recuperação global do paciente.
Entretanto, é fundamental que essa abordagem seja parte de um tratamento integrado. A colaboração entre fisioterapeutas, psiquiatras, psicólogos e outros profissionais de saúde é crucial para garantir que o paciente receba um cuidado holístico, que aborde tanto os sintomas físicos quanto os emocionais da depressão. Em resumo, a integração da fisioterapia com os conhecimentos neurocientíficos representa um avanço promissor no tratamento da depressão.
Ao entender que corpo e mente estão intrinsecamente ligados, é possível desenvolver estratégias mais eficazes para combater essa doença que afeta tantas vidas. A chave para um tratamento bem-sucedido está na colaboração entre diferentes áreas da saúde, proporcionando aos pacientes uma recuperação mais completa e sustentável.
A cura está no movimento!
(*) Educador físico e fisioterapeuta.

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