A artista visual Edith Derdyk realiza performance na mostra "ALFABETO DA RETA" no Centro MariAntonia da USP, em São Paulo
Exposição problematiza as conjugações entre a atividade fabril e a artesanal
Como parte da programação da mostra "ALFABETO DA RETA", acontece uma ativação da obra pelo grupo na qual a artista visual Edith Derdyk faz parte – Bookscapes, junto ao vídeo artista Rodrigo Gontijo e o compositor Dudu Tsuda, contemplando 3 apresentações ao vivo interagindo com a obra em si, através de ações performativas envolvendo desenho e manipulação de imagens no modo live cinema - cinema ao vivo, dias 13 (às 17h) e 14 setembro de 2024 (às 11h e às 16h) no Centro MariAntonia - Prédio Joaquim Nabuco, na Vila Buarque, em São Paulo. A visitação da mostra segue até o dia 22 de setembro de 2024.
ALFABETO DA RETA é um projeto expositivo que tem, como ponto de partida, uma pesquisa sobre a Geometria Descritiva desenvolvida por Gaspard Monge, final do século XVIII: um sistema de desenho projetivo que embasou o desenho técnico para efeito da produção industrial, provocando um impacto no desenvolvimento tecnológico na época da Revolução Industrial, por facilitar a visualização de objetos fabricados e sua sistematização.
Edith Derdyk especula sobre os métodos de representação de ‘operações gráficas maquínicas’, frutos da abstração mental calcada na observação do real, facilitando a reprodução massiva de objetos industriais e a produção dos artefatos e suas problematizações com o tempo da costura manual e artesanal estabelecendo uma conversa entre a atividade artesanal fabril e atividade industrial febril. A exposição também alude, por decorrência, ao uso das fontes de energia primária que sustentam os modos de produção industrial, refletindo sobre a intensa exploração dos recursos naturais. A presença do carvão - fóssil antigo e fonte de energia não renovável, o motor da produção industrial de nossa história civilizatória -, sinaliza a problemática das fontes de energia naturais.
Com ensaio crítico de Sylvia Werneck, o projeto se desdobra em diversas frentes e linguagens: a instalação-site specific ALFABETO DA RETA; a série ÉPURA, conjunto de costuras realizadas industrialmente com intervenções manuais; um objeto escultórico, ROTA DE COLISÃO que alude ao uso do combustível fóssil (carvão); 1 livro de mesa acompanhado de 3 impressões (60X4 metros) chamado ROTAÇÃO, um livro de artista, LINHA DE TERRA, impresso em serigrafia com tiragem de 100 exemplares.
“Quando estava desenvolvendo as peças da série ÉPURA (conjunto de costuras realizadas industrialmente com intervenções manuais), percebi que a máquina não é tão objetiva assim: a mesma imagem é interpretada diferentemente em cada máquina, gerando resultados totalmente distintos”, afirma Edith sobre o processo criativo.
A artista
Edith Derdyk tem realizado exposições coletivas e individuais desde 1981 no Brasil(Museu de Arte Moderna- SP e RJ; Pinacoteca do Estado de São Paulo, Centro Cultural Banco do Brasil-RJ; Museu de Arte de São Paulo, Centro Cultural São Paulo, Instituto Tomie Ohtake, entre outras) e no exterior (México, EUA, Alemanha, Dinamarca, Colômbia, Espanha, Portugal, França, Suécia).
Autora de livros: O corpo da Linha, Edições Relicário (no prelo); Da língua e dos dentes (Ed.Urutau); A pesar, a pedra (Ed.Patuá); Edith Derdyk - 1997/2017 (Edições) A; Entre ser um e ser mil – o objeto livro e suas poéticas (organizadora) (Senac); Disegno.Desenho.Desígnio (
Atualmente coordena a Pós Graduação Lato Sensu “Caminhada como método para Arte e Educação” na A Casa Tombada. Para acessar o trabalho da artista: https://issuu.com/
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