Outubro Rosa 2024: A Importância do Autocuidado e Saúde Mental no Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Mama

A campanha Outubro Rosa não apenas envolve a conscientização e prevenção do câncer de mama, a saúde mental está muito presente na campanha também!

Outubro Rosa 2024: A Importância do Autocuidado e Saúde Mental no Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Mama

Por Juliana Conti*

O Outubro Rosa é uma campanha de conscientização vital para a prevenção e detecção precoce do câncer de mama, e o tema deste ano, “Mulher: Seu corpo, sua vida", reforça a importância da informação e do cuidado integral para as mulheres enfrentarem essa realidade. A campanha enfatiza que a detecção precoce aumenta as chances de cura e ressalta o papel do autocuidado, como o autoexame e a realização de mamografias regulares, como ferramentas cruciais na luta contra o câncer​.

O Autoexame e a Detecção Precoce

O autoexame das mamas é um dos principais aliados na detecção precoce do câncer de mama. Ele permite que a mulher conheça seu corpo e identifique qualquer alteração suspeita, como nódulos, retração da pele ou secreção nos mamilos. A recomendação é que o autoexame seja realizado mensalmente, preferencialmente uma semana após o ciclo menstrual. No entanto, é importante destacar que ele não substitui a mamografia, exame essencial para mulheres a partir dos 40 anos ou com histórico familiar de câncer de mama​.

O Impacto na Saúde Mental

O diagnóstico de câncer de mama pode ser um momento extremamente desafiador emocionalmente. Ansiedade, medo e incerteza sobre o futuro são sentimentos comuns nesse período. A terapia psicológica pode oferecer suporte crucial nesse momento, ajudando a mulher a lidar com suas emoções e encontrar forças para enfrentar o tratamento.

Estudos demonstram que pacientes que recebem apoio psicológico durante o tratamento do câncer têm maiores chances de adesão ao tratamento e de manter uma boa qualidade de vida. Além disso, a terapia proporciona um espaço seguro para que a mulher expresse seus medos e preocupações, o que pode ser essencial para a sua saúde mental e emocional​.

Saúde mental e câncer no Brasil

Pacientes com câncer, como o de mama, enfrentam desafios emocionais profundos. Dados específicos indicam que:

  1. Depressão em pacientes oncológicos:
    • Estudos realizados no Brasil mostram que a prevalência de depressão em pacientes com câncer varia entre 15% e 25%, sendo mais comum em pessoas que enfrentam tratamentos agressivos, como quimioterapia ou cirurgias mutiladoras, como a mastectomia. Em alguns casos, pode chegar a até 30% dos pacientes em tratamento prolongado.
  2. Ansiedade:
    • O transtorno de ansiedade também é frequente em pacientes oncológicos. Estima-se que 40% a 50% das pessoas com câncer experimentam níveis significativos de ansiedade, especialmente relacionadas ao medo da progressão da doença, recaídas e os efeitos colaterais dos tratamentos.
  3. Autoestima e imagem corporal:
    • Em relação a cânceres que afetam diretamente a aparência física, como o câncer de mama, os impactos sobre a imagem corporal e a autoestima podem ser devastadores. Estudos mostram que mulheres que passaram por mastectomias podem desenvolver transtornos de imagem corporal, o que pode agravar ou desencadear condições como depressão e transtorno de ansiedade.
  4. Suporte psicológico:
    • Um estudo publicado na revista científica Psico-Oncologia mostrou que pacientes oncológicos que recebem suporte psicológico durante o tratamento têm uma melhora significativa na qualidade de vida, com redução nos níveis de ansiedade e depressão em até 40%.

A Terapia Como Aliada

 

O acompanhamento terapêutico durante o processo de diagnóstico e tratamento é fundamental para promover a resiliência e o bem-estar emocional. A terapia pode auxiliar na reorganização da rotina e no enfrentamento das mudanças corporais, oferecendo ferramentas para que a mulher se fortaleça emocionalmente. Além disso, ajuda a preservar a autoestima, que muitas vezes é abalada pelo tratamento, como a perda de cabelo e as cicatrizes das cirurgias.

O câncer de mama pode gerar desafios emocionais significativos, incluindo ansiedade, depressão, medo da morte e da recorrência, além do impacto na autoestima. Estudos mostram que cerca de 20 a 30% das mulheres com câncer de mama desenvolvem algum transtorno de saúde mental, como depressão ou ansiedade, durante o diagnóstico e o tratamento.

Programas de psico-oncologia, que integram cuidados de saúde mental e física, aumentam as taxas de adaptação emocional e melhoram a qualidade de vida. Aproximadamente 40% das pacientes que recebem apoio psicológico relatam melhoras em sua vida sexual e autoestima após intervenções.

É recomendável que, além de fornecer suporte individual para a paciente, sessões de psicoterapia para o casal sejam incluídas no tratamento, quando possível. Essa abordagem ajuda a promover a comunicação entre os parceiros, melhorar o entendimento das mudanças emocionais e físicas, e fortalecer o vínculo emocional, ajudando a prevenir o abandono e o distanciamento durante essa fase crítica.

Esses dados reforçam a necessidade de apoio psicológico tanto para as mulheres em tratamento quanto para suas parcerias, ajudando a mitigar o impacto devastador do abandono e promover relações mais fortes durante o enfrentamento da doença.

A campanha Outubro Rosa deste ano, portanto, nos lembra que cuidar da saúde vai além do corpo físico: a saúde mental e emocional também precisa ser valorizada, especialmente em um momento de vulnerabilidade como o diagnóstico de câncer.

Cuide-se, sua vida é seu bem mais precioso!

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