Duas castanhas do pará por dia podem ser grandes aliadas no tratamento de distúrbios da tireoide

Endocrinologista ressalta que doenças tireoidianas afetam 750 milhões de pessoas no mundo e explica alguns sinais em diferentes fases da vida, bem como cuidados necessários

Duas castanhas do pará por dia podem ser grandes aliadas no tratamento de distúrbios da tireoide

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 750 milhões de pessoas no mundo possuem doenças tireoidianas, sendo que mais de 60% não sabem que as têm, em sua maioria as mulheres, que apresentam de cinco a oito vezes mais probabilidade, principalmente na menopausa. A Dra. Elaine Dias, explica que cansaço, desânimo, queda de cabelo, unhas quebradiças, retenção de líquido, aborto espontâneo, alteração do colesterol, no funcionamento do intestino, na memória, no fluxo menstrual, taquicardia ou bradicardia, dificuldade para emagrecer e engravidar, todos podem ser sinais de alterações na glândula.

De acordo com a médica especialista, há diversos estudos mostrando que a castanha do pará é uma grande aliada no tratamento. “Basta comer duas unidades por dia. Isso porque o alimento melhora os níveis de anticorpos contra a tireoide, tais como TRAB, anti-tireoglobulina e anti-tireoperoxidase, diminuindo a possiblidade de evolução para hipotireoidismo ou hipertiroidismo. E para quem já tem o quadro de disfunção tireoidiana, a semente reduz a evolução da doença e das dosagens dos medicamentos. Isso se dá pela presença de seleniometionina (selênio) no alimento”, comenta a Dra. Elaine.

Em contrapartida, assim como a castanha do pará é benéfica, há opções que fazem muito mal aos pacientes. Estudos recentes no Brasil indicam que o brasileiro está ingerindo em excesso o iodo. E esse excedente leva ao aumento de anti-tireoglobuliins. “Alimentos ultraprocessados, lugol e Kelp iodine são alguns exemplos com excesso de iodo que precisam ser eliminados da rotina em caso de suspeita de alteração tireoidiana ou distúrbios diagnosticados”, ressalta a endocrinologista.

A Dra. Elaine explica que a tireoide é responsável pela produção de hormônios que regulam o metabolismo. É uma pequena glândula localizada na base do pescoço que desempenha um papel crucial em diversas funções do corpo humano. Podem existir várias doenças nessa glândula, diagnosticadas como:

Hipotireoidismo: a principal causa é devido a uma doença autoimune chamada Tireoidite de Hashimoto, que é a produção de anticorpos (anti-tireoglobulina e anti-TPO) contra as células tireoidianas, levando à destruição dessas células e, consequentemente, diminuição na produção dos hormônios tireoidianos, principalmente o T4 (tetraiodotironina) e pouco T3 (triiodotironina). A pouca produção desses hormônios, leva ao cansaço, desânimo, depressão, retenção de líquido, metrorragia (hemorragia durante a menstruação), infertilidade, aborto espontâneo, bradicardia, dificuldade para emagrecer, alteração na memória, queda de cabelo, unhas quebradiças, aumento do colesterol e da glicose, baixa estatura, intolerância ao frio, constipação, entre outros.

Hipertireoidismo: a principal causa é uma doença autoimune chamada Doença de Graves, que se tem produção de anticorpos contra os receptores de TSH na tireoide, levando ao estímulo desses receptores e, consequentemente, ao aumento na produção dos hormônios tireoidianos T4 e T3. Os sintomas e sinais clássicos do hipertiroidismo, são: taquicardia, perda de peso, agitação psicomotora, intolerância ao calor, sudorese, tremores de extremidades, irritabilidade, exoftalmopatia (globo ocular protuso), diarreia, amenorreia (fica sem menstruar), entre outros.

Nódulos na tireoide: crescimentos anormais no tecido tireoidiano que podem ser benignos ou malignos. Estima-se que aproximadamente 90 a 95% dos nódulos tireoidianos sejam benignos. Apenas cerca de 5 a 10% são malignos e representam câncer de tireoide.

Para determinar se um nódulo é benigno ou maligno, geralmente são utilizados métodos de diagnóstico como ultrassonografia e punção aspirativa por agulha fina (PAAF). Normalmente, os nódulos tireoidianos são assintomáticos. Só apresentam sintomas quando crescem muito, tais como engasgo, dificuldade para engolir e incômodo estético”, ressalta a Dra. Elaine.

Já em um cenário mais avançado, há o câncer de tireoide, o mais comum é o carcinoma papilifero. A especialista explica que se trata de um câncer com crescimento lento, raramente com metástase. Ele tem um bom prognóstico, dificilmente leva ao óbito e o tratamento é cirúrgico. Em alguns casos, tem que associar iodoterapia.

Por isso, é fundamental realizar acompanhamento anual com um médico de confiança, endocrinologista, e realizar exames hormonais tanto para prevenção quanto para tratamento de disfunções.