Jurada brasileira do World Press Photo faz visita guiada na Caixa Cultural

Mônica Maia, que faz parte dos jurados do mais importante prêmio do fotojornalismo mundial, vai explicar aos visitantes os critérios para estar entre as melhores fotografias de 2024

Jurada brasileira do World Press Photo faz visita guiada na Caixa Cultural

A exposição “World Press Photo 2024” - que reúne imagens vencedoras do mais prestigiado prêmio de fotojornalismo internacional -, em cartaz na Caixa Cultural São Paulo, terá uma atração especial em 26 de outubro (sábado): uma visita guiada pela fotógrafa Mônica Maia, jurada global da premiação. Além de abordar o processo de curadoria das imagens da América do Sul que venceram neste ano, ela vai apresentar, durante o roteiro, os principais destaques desta edição.

O evento ocorre do meio-dia às 13h, na Caixa Cultural (Praça da Sé, 111, Centro). A entrada é franca e as inscrições devem ser feitas via formulário (acessível neste link).

Exposição

Até 10 de novembro, a Caixa Cultural São Paulo apresenta a exposição itinerante World Press Photo 2024, que reúne 129 fotografias do 67º concurso anual. Com entrada franca, a mostra, que volta ao Brasil após um breve intervalo, apresenta uma seleção do melhor do fotojornalismo e da fotografia documental do mundo. As obras são um convite para que o visitante saia do ciclo de notícias e tenha um olhar mais profundo para histórias proeminentes e negligenciadas. As guerras em Gaza e na Ucrânia, migração, família, demência e meio ambiente estão entre os temas destacados na edição do prêmio em 2024. Este ano, o júri tomou a decisão excepcional de incluir duas menções especiais na seleção. Quatro fotógrafos brasileiros estão entre os expositores. 

Ao todo, a World Press Photo 2024 será exibida em mais de 60 cidades em todo o mundo. A mostra já passou por Amsterdã, Londres, Sydney e Cidade do México. Antes de chegar a São Paulo, esteve em cartaz na Caixa Cultural Rio de Janeiro, e ainda deve seguir para Berlim, Roma e Hong Kong, entre outras cidades. 

Para o brasileiro Raphael Dias e Silva, curador e gerente da exposição, a organização sempre tem a intenção e a ambição de estar no máximo de lugares pelo mundo. “É uma grande honra estar de novo no Rio e em São Paulo, justamente no ano que o Brasil tem pela primeira vez quatro ganhadores, mostrando que a qualidade do fotojornalismo brasileiro tem reconhecimento internacional. Com o apoio da Caixa Cultural conseguimos trazer o país de volta para o circuito.

As fotografias que fazem parte do acervo da exposição foram selecionadas entre 61.062 inscrições de 3.851 fotógrafos de 130 países. São 24 projetos vencedores e seis menções honrosas, num total de 33 fotógrafos de 25 países: Argentina, Austrália, Azerbaijão, Brasil, Canadá, China, República Democrática do Congo, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Irã, Japão, Myanmar, Palestina, Peru, Filipinas, África do Sul, Espanha, Tunísia, Turquia, Ucrânia, Reino Unido, Estados Unidos e Venezuela. 

E para representar melhor uma pluralidade de perspectivas e vozes globais, a World Press Photo introduziu em 2021 uma nova estratégia de premiação regional, dividindo os trabalhos pelos continentes onde foram criados. Este ano, o concurso premiou quatro categorias: Individual: fotografias individuais; Reportagem: 4-10 fotografias; Projetos de Longo Prazo: 24–30 fotografias; e Formato Aberto: projetos baseados em fotos que utilizam uma variedade de mídias e técnicas de narrativa. “O visitante tem a oportunidade de dar um passeio pelo mundo inteiro com as fotos premiadas pela Fundação World Press Photo”, explica Raphael.

Entre os destaques da World Press Photo 2024, está a foto do ano (e destaque desta matéria) Uma Mulher Palestina Abraça o Corpo de Sua Sobrinha, do palestino Mohammed Salem, da Agência Reuters, que representa a perda de uma criança, a luta do povo palestino e as 33.000 pessoas mortas na Palestina, além de  simbolizar o custo do conflito e fazer uma declaração sobre a futilidade de todas as guerras. Na reportagem do ano do World Press Photo, a série Valim-babena, da Sul-africana Lee-Ann Olwage para GEO, a fotógrafa aborda a demência, um problema de saúde universal, através da lente da família e do cuidado. A seleção de imagens feita pela fotógrafa lembra aos espectadores o amor e a proximidade necessários em tempos de guerra e agressão em todo o mundo. 

O projeto vencedor da categoria de longo prazo, Os Dois Muros, do venezuelano Alejandro Cegarra, do The New York Times/Bloomberg, traz imagens que são ao mesmo tempo implacáveis e respeitosas, e transmitem as emoções íntimas presentes em diversas jornadas de migração em todo o planeta. E o prêmio de formato aberto A Guerra é Pessoal, da fotógrafa ucraniana Julia Kochetova, traz imagens emotivas sobre a contínua invasão russa da Ucrânia. A obra traz um fio de simbolismo visual, forte uso de sequências de cores e colaborações com um ilustrador e DJ ucranianos. O uso envolvente de áudio e ilustração - especialmente no diário poético e nas gravações de áudio - se destacou, conferindo uma qualidade cinematográfica ao trabalho.

Do Brasil

Quatro brasileiros, que se destacaram no concurso, expõem na World Press Photo 2024. Com Seca na Amazônia, premiado na categoria Individual da América do Sul, Lalo de Almeida retrata a realidade de Porto Praia, lar dos povos indígenas Ticuna, Kokama e Mayoruna, que não tem acesso rodoviário e normalmente só é alcançável por via fluvial. A seca fez com que os moradores tivessem que caminhar quilômetros ao longo do leito seco do rio para chegar às suas casas. Esta fotografia captura a gravidade da crise ambiental global e da seca na Amazônia. 

Agraciada com uma menção honrosa por Insurreição, Gabriela Biló, fotógrafa radicada em Brasília, lança luz sobre os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023 no contexto mais amplo da dinâmica política do Brasil. Ao documentar o ataque às instituições democráticas e aos jornalistas, sua foto destaca a importância de defender os valores democráticos e a liberdade de imprensa no Brasil e no mundo.

Os brasileiros Felipe Dana e Renata Brito foram premiados na categoria formato com À Deriva. No ensaio, eles contam a história de um barco vindo da Mauritânia, cheio de homens mortos, que foi encontrado na costa da ilha caribenha de Tobago. Quem eram esses homens e por que estavam do outro lado do Oceano Atlântico? Os jornalistas procuraram respostas, descobrindo uma história sobre migrantes da África Ocidental que buscam oportunidades na Europa por meio de uma rota atlântica cada vez mais popular, mas traiçoeira.

Visita guiada com Mônica Maia, jurada global da World Press Photo

Data: 26 de outubro

Local: Auditório da CAIXA Cultural São Paulo

Horário: do meio-dia às 13h

Endereço: Praça da Sé, 111 - Centro

Inscrição: Acesse aqui o formulário

Entrada Franca

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