Maioria dos influencers elege TikTok e Youtube como as melhores redes para ganhar dinheiro, mas 70 por cento deles têm Instagram como principal mídia. Por quê?

Diretor de talentos internacionais explica reinado do Instagram evidenciado no levantamento realizado pela agência Influency.me

Maioria dos influencers elege TikTok e Youtube como as melhores redes para ganhar dinheiro, mas 70 por cento deles têm Instagram como principal mídia. Por quê?

Um levantamento realizado pela agência especializada em marketing de influência, Influency.me, mostrou que 70% dos influenciadores elegeram o Instagram como sua rede principal na criação de conteúdo, seguido pelo TikTok, com apenas 10% dos votos. Apesar de reinar como escolha primária dos criadores, o Instagram fica em desvantagem quando o quesito é modelo de monetização. 28% dos creators afirmaram que o melhor retorno financeiro vem do Youtube e 27% escolheram o do TikTok, enquanto 24% elegeram o do Instagram.

Vale ressaltar que o Instagram, lançado em 2010, é oito anos mais velho que o TikTok, quando assumiu o nome do antigo aplicativo Musical.ly em 2018. No entanto, será que esse é o único motivo que faz a rede da Meta ser o berço da grande maioria dos influenciadores? Na opinião de Fabio Gonçalves, Diretor de Talentos Internacionais da Viral Nation Talent, agência especializada em Marketing de Influência, o Insta continua a ser a plataforma fundamental para muitos influencers devido à sua longa estabilidade e estabelecimento como uma mídia de conteúdo visual.

Sua interface intuitiva e recursos de edição de fotos e vídeos tornam o Instagram ideal para contar histórias visualmente atraentes, o que é essencial para manter e expandir o público. Também há de se dizer que a presença de marcas consolidadas e a familiaridade dos usuários com a plataforma criaram um ambiente onde os influenciadores podem construir e manter relacionamentos sólidos com seu público-alvo. Além disso, analisamos que os seguidores do Instagram são de alguma forma mais fiéis ao criador do que a plataforma em si. Tal lealdade não se repete no TikTok, por exemplo, devido à forma como o algoritmo funciona. Pelo fato dos vídeos viralizarem com mais frequência por lá, as pessoas seguem, na maioria das vezes, por ter visto um conteúdo específico, mas acabam não acompanhando o creator, de fato”, explica.

Embora o TikTok tenha ganhado popularidade rapidamente e ofereça oportunidades únicas de alcance e engajamento, ainda está se estabelecendo como uma plataforma de marketing madura. Seu modelo de monetização pode não ser tão robusto quanto o do Instagram, mas sua natureza altamente viral e algoritmo de descoberta oferecem um potencial incrível para crescimento rápido e exposição massiva. No entanto, muitos influencers ainda veem o Instagram como a base de sua presença online devido à sua ampla gama de recursos e à base de usuários estabelecida", continua.

Segundo o profissional, além da estabilidade e da ampla gama de recursos, o Instagram oferece aos influenciadores uma plataforma diversificada para expressar sua criatividade e construir uma marca pessoal. Há uma variedade de formatos, como vídeos no feed, stories e reels, que permitem aos creators se conectarem com seu público de diferentes maneiras, somado ao fato de que, no Instagram, há uma forte cultura de colaboração e comunidade entre produtores de conteúdo. Recursos de marcações, compartilhamento e menções, por exemplo, facilitam a colaboração entre criadores, ampliando o alcance de suas mensagens e atraindo novos públicos.

Outro motivo, desta vez mostrado pela mesma pesquisa, é um dado sobre algoritmo. No que se refere a este quesito, 53% dos criadores acreditam que a melhor rede é o Instagram, enquanto o TikTok recebeu apenas 24% das indicações. A informação embasa a preferência dos entrevistados e reflete o quanto o Instagram ainda é relativamente transparente em comparação com outras plataformas, como o próprio TikTok, onde regras e critérios para alcançar o público podem parecer mais nebulosos.

METODOLOGIA

O levantamento foi realizado no segundo semestre de 2023, por meio de formulário via e-mail, redes sociais e anúncios a influenciadores, agências, assessores e marcas. Foram mais de 300 respondentes.