Combate ao Câncer Bucal: conheça os sinais e evite complicações

Com a estimativa de mais de 15 mil novos casos em 2023, o cancer de boca tem na vacina contra o HPV um dos instrumentos de prevenção

Combate ao Câncer Bucal: conheça os sinais e evite complicações

Com maior detecção em homens a partir dos 40 anos, o câncer bucal ou câncer da cavidade oral tem suas chances de cura reduzidas e tratamento mais complexo ao paciente, pois, em geral, é diagnosticado em estágios avançados. Com isso, conhecer os sinais, procurar orientação médico-odontológica precoce e manter ações preventivas são fundamentais para diminuir o risco de surgimento da doença.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2020, foram estimados cerca de 530 mil casos novos em todo o planeta, sendo 373 mil casos novos em homens e cerca de 157 mil casos novos em mulheres. Em 2023, ainda segundo o INCA, a estimativa foi de aproximadamente 15,1 mil novos casos no Brasil, sendo 10.900 em homens e 4.200 em mulheres.

A doença afeta lábios, estruturas da boca – gengivas, bochechas e céu da boca – língua, principalmente as laterais, a região sob a língua, as amígdalas e o palato fibroso, ou palato mole, que fazem parte da região chamada orofaringe. 

Por isso, vale ficar de olho nos sinais e nas práticas de prevenção que podem ser simples, como manter uma boa higiene bucal, evitar o fumo e o alto consumo de bebidas alcoólicas, usar preservativo na prática do sexo oral, manter uma alimentação rica em legumes, verduras e frutas e estar atento a mudanças na coloração ou no aspecto da boca”, explica o oncologista, Dr. Augusto Takao, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

O médico destaca ainda a importância da vacina contra HPV que pode prevenir esse câncer. “Descobriu-se que algumas cepas variantes do HPV, podem ocasionar o surgimento de tumores na região da orofaringe. Com isso, a vacina do HPV passou a ser prescrita no auxílio da prevenção do câncer de boca”, comenta o Dr. Takao.

Os principais sinais iniciais de câncer bucal incluem:

  • Feridas, inchaços, nódulos ou manchas espessas em qualquer lugar em torno da boca ou garganta que não cicatrizam após duas semanas;
  • Áreas com lesões vermelhas ou brancas na boca ou nos lábios;
  • Sensação de presença de nódulos ou algo preso na garganta;
  • Inchaços na gengiva que dificultam o uso de próteses dentárias;
  • Dormência, dor ou sensibilidade em qualquer lugar da boca;
  • Dificuldade de mastigar e engolir;
  • Dificuldade na fala;
  • Rouquidão persistente;
  • Pigarro e mau hálito.

É importante consultar um médico imediatamente se qualquer um desses sintomas persistir por mais de 2 semanas, pois a detecção precoce é essencial para o tratamento bem-sucedido do câncer bucal. As visitas periódicas ao dentista também ajudam na identificação precoce de lesões e alterações na cavidade bucal.

Diagnóstico

O diagnóstico do câncer bucal é realizado por meio de exames relativamente simples, e o prognóstico da doença está ligado à fase em que ela é detectada. Um dos passos mais importantes para o diagnóstico é uma boa anamnese seguida de um correto e completo exame da cavidade bucal.

O exame clínico extra-bucal (exame da face, regiões submandibular e submentoniana e articulação temporomandibular) e intra-bucal (exame de lábios, bochecha, língua e palato), incluindo visualização e palpação, de forma a detectar anormalidades também são realizados. São considerados alguns tipos de lesões que podem ser câncer bucal ou lesões com potencial de malignização, como leucoplasias, queilose actínica, líquen plano, na sua forma erosiva ou ulcerada.

Além disso, exames de imagem, como a tomografia ou a ressonância magnética, biópsia e endoscopia, podem ser solicitados, principalmente se as investigações prévias forem inconclusivas. O diagnóstico precoce é essencial para o tratamento bem-sucedido do câncer bucal, e a detecção em estágios iniciais aumenta significativamente as chances de cura”, enfatiza o especialista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Segundo o oncologista, o acesso à informação, os cuidados de higiene bucal e a atenção a lesões que permaneçam por mais de 14 dias, bem como evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, são as medidas consideradas mais eficazes de prevenção ao câncer bucal.