Inteligência artificial: vantagens e desvantagens no setor de alimentação

Ferramentas como inteligência artificial (AI) oferecem funções personalizadas no atendimento e produção de pratos em restaurantes de comida japonesa, reunindo modernidade e tradição

Inteligência artificial: vantagens e desvantagens no setor de alimentação

A Inteligência Artificial (IA) é uma das ferramentas mais repercutidas na atualidade e também está presente na transformação do ramo alimentício, proporcionando benefícios tanto para os proprietários dos estabelecimentos quanto para os consumidores. Com a evolução da tecnologia, os restaurantes de comida japonesa têm integrado cada vez mais inovações para aprimorar a experiência gastronômica dos clientes.

Uma pesquisa recente feita pela Data Bias, indica que no Brasil, 96% dos líderes de negócios e TI acreditam em um potencial aumento das oportunidades de mercado com o uso de IA, 92% dizem que a alternativa trará mais atratividade para o cliente e uma tomada de decisão mais segura.

No caso de restaurantes, um dos principais avanços que a tecnologia trouxe para o mercado é a automação de processos, especialmente no que diz respeito ao atendimento e ao serviço. Muitos estabelecimentos agora adotam chatbots baseados em IA que podem interagir com os clientes, responder perguntas sobre o menu, fornecer informações sobre alergias alimentares e até mesmo fazer recomendações personalizadas com base nas preferências individuais.

Fábio Bindes é presidente do Grupo Lago e sócio fundador da Sushiloko, rede de franquias que nasceu com a missão de democratizar a comida japonesa, oferecendo um sushi de qualidade a um preço acessível. O especialista explica que a tecnologia deve facilitar a vida de empresários alimentícios em variados segmentos, diminuindo e simplificando a rotina dentro dos estabelecimentos.

“A IA facilitará a vida do empresário do ramo alimentício nas mais diversas vertentes. No dia a dia operacional existem equipamentos com IA que substituem colaboradores ou ao menos diminuem e simplificam processos, tornando mais fácil manter um bom padrão de qualidade e diminuindo custos”, comenta Fábio.

Essas ferramentas ajudam a reduzir o tempo de espera e melhoram a eficiência do atendimento ao cliente, tornando a experiência mais agradável e eficaz. A IA pode ser utilizada para monitorar a gestão de estoque e o processo de compras nos restaurantes. Com algoritmos de previsão, os proprietários podem se antecipar com a quantidade de ingredientes necessários para atender à demanda, evitando desperdícios e reduzindo custos operacionais. Isso também contribui para garantir a disponibilidade de itens no cardápio.

A rotina financeira e de estoque também demandam tempo e atenção do empresário. Conciliação de caixa e bancária, compras e gestão de mercadorias tendem cada vez mais a ocorrer de forma automatizada, com softwares tomando decisões melhores, mais rápidas e eficazes”, afirma o especialista.

Alguns restaurantes já usam robôs com habilidades de aprendizado para auxiliar na preparação de sushi e outros pratos japoneses. Esses robôs podem ser programados para cortar, moldar e montar os pratos com precisão, garantindo consistência e qualidade no produto final.

“O próprio McDonalds, por exemplo, já possui uma loja nos EUA 100% autônoma, sem a presença de nenhum funcionário. As máquinas captam o pedido do cliente, fazem o lanche e servem, sem auxílio de nenhum humano”, comenta o profissional.

Outra forma de tecnologia comum em restaurantes de comida japonesa é pelo uso de tablets ou aplicativos para fazer pedidos. Permitindo que os clientes escolham seus pratos com facilidade, visualizando imagens e descrições detalhadas, e também facilita o pagamento, tornando a experiência mais conveniente. Como presidente de um grupo consolidado no mercado, Bindes considera essas vantagens como um caminho para beneficiar não apenas os clientes e os restaurantes, mas também os franqueados.

“Aqui na rede Sushiloko estamos de olho em tecnologias como máquinas que fazem enrolados e niguiris, diminuindo o trabalho manual dos sushimen, além de totens de autoatendimento com IA, que podem fazer um trabalho tão bom quanto o de um atendente humano. Quanto mais conseguirmos automatizar rotinas financeiras, administrativas e formas de monitoramento à distância da loja, mais fácil fica a vida do franqueado”, enfatiza Bindes.

Os lados negativos muitas vezes aparecem na adaptação e capacitação dos profissionais que passam a integrar os dados no dia a dia. Além disso, poucas empresas investem em fazer esse alinhamento. O acesso às novas tecnologias ainda é um dos obstáculos aqui no país.

“Toda mudança oferece riscos aos restaurantes que não se adaptarem rapidamente. É preciso estar antenado e aproveitar as diversas possibilidades que a IA oferecerá, caso contrário o que pode ser uma vantagem competitiva para alguns, pode se tornar uma fraqueza para outros comércios, que se tornarão obsoletos”, evidencia o especialista.