O papel do enfermeiro na Atenção Primária à Saúde

Na semana da Enfermagem (12 a 20 de maio), lembramos do trabalho desses profissionais que fazem o dia a dia da saúde

O papel do enfermeiro na Atenção Primária à Saúde

Dia 12 de maio é comemorado o Dia Internacional da Enfermagem e, no Brasil, também comemora-se a Semana da Enfermagem, entre os dias 12 e 20 do mês. Dados mais recentes do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) revelam que o país tem um ativo de quase 700 mil enfermeiros cadastrados nos conselhos regionais de enfermagem e atuantes em diversos segmentos. O enfermeiro tem papel-chave na promoção da saúde das pessoas. Além de ser o profissional que lida diretamente com o paciente e com seus familiares, é, geralmente, quem faz o primeiro contato com um paciente quando chega a um hospital, por exemplo.

Os enfermeiros atuam em casos de baixa, média e alta complexidade. Estão presentes nas diversas áreas de um hospital, desde a interação até à Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Podem trabalhar em hospitais, ambulatórios, equipes de resgate, clínicas, atendimento domiciliar e até em casas de repouso. Ainda que o trabalho deles auxilie diretamente na função dos médicos, eles não se resumem apenas a “facilitadores” das obrigações desses profissionais. São ações independentes e, ao mesmo tempo, integradas com todo o corpo clínico. 

Atenção Básica e Enfermagem possuem um denominador em comum: atendimento humanizado. Já é intrínseco ao enfermeiro a necessidade de ser um profissional com empatia, que saiba trabalhar em equipe e extremamente atencioso com o paciente. Sendo assim, ele se torna primordial na questão da atenção primária, sabendo que a Atenção Primária consiste em um conjunto de ações de saúde, tanto do âmbito individual como coletivo, que visa a promoção e proteção de saúde das pessoas”, afirma Edinar Leão, enfermeira e head de operações clínicas na Sami.

Quando um funcionário dessa área atua diretamente com a APS, ele acumula duas funções: assistencial e gerencial; voltada tanto para o indivíduo quanto para o coletivo. Justamente por isso, trata-se de um informante-chave para a área da saúde e seu consequente desenvolvimento. É um profissional multifuncional no corpo clínico, capaz de atuar em várias áreas, e sabe aliar o lado humano, solidário e cuidador com a experiência técnica desenvolvida na graduação e nas experiências práticas do trabalho — questões fundamentais para o bom desenvolvimento da atenção primária no País.

Essa atuação vai desde o diagnóstico de enfermagem, passando pelo planejamento e implementação de estratégias de cuidado, promovendo a saúde e gerenciando os riscos de agravamento de possíveis situações, sempre com a constante avaliação e atualização destes, além do gerenciamento dos técnicos de enfermagem. Alguns dos  tipos de trabalho que o técnico de enfermagem pode desenvolver na atenção primária:

  1. Territorialização e mapeamento de riscos de saúde: a Atenção Primária à Saúde tem como preceito observar não somente o paciente, mas também sua família, contexto e comunidade. Assim, questões territoriais específicas podem ser riscos para todas as pessoas atendidas naquela unidade. O técnico de enfermagem auxilia no processo desse mapeamento e territorialização, visando mapear e atuar sobre esses riscos;
  2. Cuidados preventivos: com atuação voltada para o paciente, à família e à comunidade, o profissional foca na prevenção de agravantes e melhora na saúde. O auxílio prestado precisa ser baseado no modelo de prevenção, bem como na redução de riscos comuns à saúde, como doenças crônicas, infecciosas e sexualmente transmissíveis. O que significa que o profissional deve desenvolver ações no atendimento para promover a qualidade de vida ao longo dos anos, por meio de atividades educativas e explicações claras, apoiando o trabalho do corpo médico e do time de enfermagem;
  3. Atuar na integralidade e longitudinalidade do cuidado: assim como o restante da equipe da APS, o técnico de enfermagem atua para garantir o cuidado integral e longitudinal dos membros sobre seu cuidado. Isso quer dizer, na prática, que o cuidado deve olhar para o paciente na totalidade (e não somente como um sintoma) e garantir que esse cuidado se estenda no tempo, buscando o contato com o paciente e garantindo que as intervenções dos especialistas necessários continuem a ter impacto mesmo depois desse atendimento;
  4. Atribuições específicas: Segundo a Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), em relação à APS, além dessas atribuições, que enfermeiros graduados também exercem, existem outras específicas para o técnico de enfermagem, como: participar de atividades de assistência básica quando solicitado, realizar ações de educação em saúde para comunidades ou famílias seguindo o planejamento da equipe e participar do gerenciamento de insumos necessários para que o ambiente de trabalho funcione de maneira adequada.

Assim como no SUS, o modelo de Atenção Primária direcionou o foco da enfermagem e dos técnicos da área para a intervenção de fatores de risco, prevenção de doenças e melhora na qualidade de vida, ao invés de apenas cuidados em clínicas e cura”, finaliza Edinar Leão.