LinkedIn doa 2,5 milhões de reais para organizações brasileiras que combatem a desigualdade econômica

Cinco instituições de diferentes regiões do Brasil foram selecionadas e, coletivamente, devem impactar mais de 150 mil pessoas

LinkedIn doa 2,5 milhões de reais para organizações brasileiras que combatem a desigualdade econômica

O LinkedIn, a maior rede social profissional do mundo, reafirma seu compromisso com o enfrentamento da desigualdade social ao anunciar uma nova parceria filantrópica e doar 2,5 milhões de reais para cinco Organizações da Sociedade Civil  brasileira: Das PretasAssociação Mulheres Quilombolas Em Ação Dandara dos PalmaresAssociação das Mulheres Munduruku WakoborunSim Eu Sou do Meio e Malungu. Essas contribuições marcam o início de uma ampla iniciativa liderada pela equipe de Impacto Social do LinkedIn, conhecida como Global Root Causes Fund.

Além da doação, o LinkedIn está oferecendo treinamento qualificado aos beneficiários em parceria com a Brazil Foundation, uma organização sem fins lucrativos que mobiliza recursos para projetos e ações que transformam o Brasil, e está oferecendo treinamento para o desenvolvimento de capacidades para os beneficiários. Uma das atividades previstas para março de 2024 é o Encontro de Lideranças, que reunirá outras 40 instituições parceiras da BrazilFoundation, que atuam nas áreas de Empreendedorismo Negro, Equidade de Gênero, Meio Ambiente e Mudança Climática e, Educação. Esta iniciativa possibilita a troca de experiências e aprendizados para que desenvolvam seus projetos.

O Global Root Causes Fund do LinkedIn foi criado com objetivo de oferecer uma parceria de longo prazo à Organizações da Sociedade Civil que trabalham pela busca da justiça social em todo o mundo, ou seja, organizações que se dedicam a combater as profundas causas da desigualdade econômica estrutural enraizada. O Brasil foi escolhido como local de lançamento desta iniciativa, e o financiamento atribuído destina-se especificamente a apoiar as comunidades negras e indígenas em sua busca por capacitação econômica, maior empregabilidade e desenvolvimento profissional de seus assistidos. 

"O objetivo do LinkedIn é criar oportunidades econômicas para os profissionais de todo o mundo. Para isso se concretizar, é fundamental enfrentarmos as barreiras históricas e sistêmicas que impedem oportunidades econômicas de serem geradas", explica Meg Garlinghouse, VP de Impacto Social do LinkedIn. "Com o nosso fundo “Root Causes”, aspiramos a criação de um futuro econômico mais equitativo para todos", continua.

A seleção das organizações foi feita em parceria com o Global & Collective, coletivo internacional focado na mudança social, liderado por mulheres, pessoas negras e indígenas, que constroem movimentos e estratégias de campanha pela equidade, junto com Marcelle Decothé, Sandra Silva e Lua Couto – mulheres  negras e indígenas com expertise em movimentos sociais. Essa equipe levou em consideração critérios como a fundação/liderança da instituição por pessoas negras e/ou indígenas, a interseccionalidade de identidades, a construção de poder econômico e a conexão entre trabalho e oportunidades socioeconômicas para grupos sub-representados. 

Durante nossa jornada, aprendemos que o trabalho realizado pelas organizações selecionadas é focado ou reflete na melhoria da empregabilidade e da carreira de profissionais negros e indígenas em áreas dominantes da economia”, explica Milton Beck, Diretor Geral do LinkedIn para América Latina e África. “Os beneficiários já estão usando o fundo para melhorar o acesso de suas comunidades à educação e preservar seu patrimônio cultural da forma que consideram mais eficaz. Acreditamos que as pessoas mais próximas dos problemas tenham as melhores soluções e confiamos nelas para promover a mudança que desejam ver. O LinkedIn está profundamente comprometido em apoiar essas organizações e demonstrar um forte compromisso com suas missões", continua o executivo.

Conheça mais o trabalho das Organizações

Das Pretas: é um laboratório de inovação e tecnologia social dedicado à promoção do empoderamento sócio inclusivo e conscientização sobre comunidades marginalizadas no Brasil. O trabalho da instituição engloba o acesso à educação para empreendedoras negras periféricas, inclusão digital e advocacy por mudanças significativas nas políticas que apoiam o desenvolvimento da população negra no Brasil

A organização pretende fortalecer sua rede de participantes, fomentando um senso de comunidade e propósito entre as mulheres que passam por algum dos programas oferecidos pela organização. Além disso, a Das Pretas está investindo na capacitação e qualificação de sua equipe,  das aulas de liderança, letramentos de língua inglesa, e uma série de aprimoramentos  em plataformas digitais. 

"Conseguimos implementar melhorias no Das Pretas oferecendo suportes importantes aos nossos colaboradores, melhorando processos internos e a qualidade do trabalho realizado, trocando equipamentos, investindo em cursos, formações e consultorias; isso instantaneamente aumenta o impacto de qualquer projeto assinado pela organização. E o investimento ainda proporcionou a contratação de novas pessoas para ampliar a capacidade operacional e o impacto  do que o Das Pretas faz, como a Head de Pesquisas e Inteligência de Dados", compartilha Priscila Gama, CEO (diretora executiva) do Das Pretas.

Associação Mulheres Quilombolas Em Ação Dandara dos Palmares: fundada por mulheres quilombolas*, a organização busca capacitar pessoas afetadas por desigualdades sociais e violência doméstica. Seu enfoque está na geração de mobilidade econômica, criação de empregos e defesa de resultados comunitários mais equitativos.

Para isso, a instituição está trabalhando na melhoria da infraestrutura do seu espaço, além de alocar recursos para apoiar a educação universitária dos membros. A organização também se concentra em abordar questões relacionadas ao acesso à água potável e à infraestrutura, buscando garantir o bem-estar e a dignidade das pessoas atendidas.

Oportunizaremos a população negra um espaço físico (centro de atividades) que oferecerá cursos de capacitação e formação em diversas áreas, como mídias digitais, culinária, beleza, agroecologia, dentre outros de forma que jovens e mulheres negras possam empreender como também se inserir no mercado de trabalho. Ressaltando que essas atividades serão acessíveis a nossa macrorregião”, explica Sirlene Santos.

Associação das Mulheres Munduruku Wakoborũn: a associação, formada por centenas de mulheres Munduruku*, tem como missão apoiar o movimento de resistência do povo Munduruku Ipereg Ayu, aumentar a participação das mulheres guerreiras do povo na tomada de decisões e alternativas de geração de renda, além de lutarem pela demarcação das terras indígenas e defender os territórios Munduruku contra projetos destrutivos.

A Associação Wakoborũn, que opera com base na tomada de decisões coletivas, está criando um centro de Formação de Resistência estruturado em uma aldeia parceira, beneficiando também outras cinco organizações do povo Munduruku. Seus esforços estão focados em atividades relacionadas à defesa de seus territórios, educação do movimento e organização de uma grande assembleia de membros socialmente engajados. 

Todo recurso utilizado para monitoramento territorial, compra de artesanato, produção de remédios caseiros, participação nos eventos e auto-demarcação, garante e fortalece a nossa autonomia. Escolhemos o rumo que desejamos tomar, não queremos que ditem os nossos caminhos, nós agimos de acordo com a nossa própria organização. Isso garante a nossa autonomia. Antigamente, costumávamos pedir auxílio para o governo e outros órgãos, mas agora, somos independentes e isso nos fortaleceu muito”, explica Maria Leusa Cosme Kaba Munduruku, coordenadora da Associação das Mulheres Wakoborũn.

Sim Eu Sou do Meio: a organização tem como missão tirar Belford Roxo, na Baixada Fluminense do RJ, da invisibilidade social, econômica e política, promovendo a inclusão digital e tecnológica de jovens e mulheres 35+, com ênfase na entrada no mercado de trabalho. Atuam também  com atividades educacionais, culturais, esportivas e inclusão socioprodutiva para geração de renda por meio do empreendedorismo (panificação, confeitaria, designer de sobrancelhas, extensão de cílios, trancista) feminino cis e trans. No ano de 2023 contaram com 1250 alunos diretos, e mais de 4500 atendimentos mensais na Cozinha Solidária Raízes do Meio.

A instituição está promovendo melhorias em sua infraestrutura, entre as obras estão: a construção de uma quadra poliesportiva, a construção de uma nova cozinha solidária, a pintura de salas e o reparo geral dos 900m² do primeiro andar. Além de apoiar na construção de um banheiro na favela do Lixão em parceria com uma outra organização. 

Com o apoio do LinkedIn, estamos melhorando o impacto da instituição na vida de centenas de mulheres e jovens, possibilitando acesso ao mundo do trabalho com a sala de tecnologia equipada e ampliando a visão empreendedora. Sem dúvidas, veremos a democratização do acesso a internet e cursos como Pacote Office, programação, robótica e produção de dados, para tornar jovens e mulheres negras protagonistas de suas histórias. Ao todo, são mais de 5.000 pessoas impactadas, mais de 2.000 refeições servidas e 1.700 lanches”, conta Debora Silva, Presidente e Gestora na Sim! Eu Sou do Meio.

Malungu - Coordenação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Pará: é uma associação civil sem fins lucrativos constituída por comunidades Quilombolas do Estado do Pará, que defende os direitos humanos com base no tripé resistência, identidade e direitos. Surgiu como um dos desdobramentos das lutas travadas por mulheres e homens quilombolas, que desde o final da década de 1980 exigem a garantia de seus direitos territoriais. Para uma melhor articulação com as comunidades em todos os municípios, a Malungu possui cinco Coordenações Regionais, que contam com seus respectivos representantes quilombolas, responsáveis pelas ações diárias nas comunidades.

As ações da Malungu abrange cinco regionais, com 53 municípios paraenses, mais de 500 comunidades quilombolas e pouco mais de 135 mil pessoas, isso representa 1,66% da população quilombola do país. Entre seus projetos, estão o apoio a comunidades quilombolas com o desenvolvimento de políticas educacionais adaptadas à sua herança cultural, com foco em educação, empoderamento das mulheres e desenvolvimento geral da comunidade, ao mesmo tempo em que preserva sua identidade cultural e promove um futuro sustentável.

Esse financiamento está nos ajudando em nossa missão de combater o racismo, principalmente propagando informações sobre os nossos direitos e história. Com isso, podemos evoluir muito na questão da educação, mantendo agendas de debates para combater problemas institucionais que nos afetam”, comenta Iraci Nascimento dos Santos, Coordenador Administrativo da instituição.

Recursos de impacto social do LinkedIn disponíveis no Brasil 

Além de doações financeiras, os esforços de impacto social do LinkedIn no Brasil incluem o fornecimento gratuito de publicidade e consultoria de marketing para organizações sem fins lucrativos com foco na equidade racial e de gênero, oportunidades econômicas para profissionais e sustentabilidade, além de um centro de recursos on-line gratuito para organizações sem fins lucrativos usarem a plataforma do LinkedIn para ampliar sua missão. 

*Quilombola é um termo utilizado para identificar “pessoas remanescentes de comunidades quilombolas”. Entre os séculos XVI e XIX, os quilombos foram criados por pessoas escravizadas que fugiam do regime violento imposto pela escravidão. 

**Os Munduruku são um povo indigena de em torno de de 14 mil pessoas que se concentram principalmente na bacia do Rio Tapajós e ao longo de 7 terras – TI Munduruku, TI Kayabi, TI Sai Cinza, TI Sawre Muybu, TI Sawre Ba’pim, Reserva Indígena Praia do Índio, Reserva Indígena Praia do Mangue nos estados do Pará e Mato Grosso.