Pesquisa do Infojobs revela que 86% as mulheres acreditam que a maternidade é vista de forma negativa no mercado de trabalho

Para 87 por cento das entrevistadas, intensificar a licença paternidade e responsabilização das figuras masculinas no cuidado com os filhos são passos cruciais para acabar com esse preconceito

Pesquisa do Infojobs revela que 86% as mulheres acreditam que a maternidade é vista de forma negativa no mercado de trabalho

Uma pesquisa realizada pelo Infojobs, trouxe à tona uma realidade preocupante: a percepção negativa em relação à maternidade persiste para a maioria das mulheres no mercado de trabalho. De acordo com o levantamento, 86% das entrevistadas relataram sentir que o tema da maternidade é frequentemente visto de maneira desfavorável no ambiente profissional. Além disso, para 87% delas, a ampliação da licença paternidade e o engajamento das figuras masculinas na responsabilidade com os filhos emergem como passos cruciais para combater esse preconceito enraizado.

Para Ana Paula Prado, CEO (diretora executiva) do Infojobs, os dados evidenciam a urgência de mudanças estruturais e culturais para promover um ambiente de trabalho mais inclusivo e igualitário para todas as pessoas, independentemente de seu papel nas formações familiares. Essa análise também foi evidenciada em pesquisas realizadas em anos anteriores: em 2023, 94% das participantes acreditavam que o tema era visto de forma negativa no mercado de trabalho, e, em 2022, essa percepção era vista por 86% das respondentes.

"Os resultados, e essa pouca evolução ao longo dos últimos anos, destacam a necessidade de adaptações tanto nas políticas corporativas quanto nas mentalidades culturais. A maternidade não deve ser vista como um fator limitante para o crescimento profissional das mulheres e é fundamental que as empresas reconheçam e apoiem a diversidade de papéis familiares para criar ambientes de trabalho verdadeiramente inclusivos”, pontua Ana Paula Prado.

Da amostra, 52% são mães ou responsáveis pelos cuidados de alguma criança. Destas, 74% dizem que deixou ou ao menos pensou em deixar de lado o trabalho para cuidar dos filhos. "Isso reflete não apenas a falta de apoio e flexibilidade por parte das empresas, mas também a persistência de barreiras que dificultam a conciliação entre vida profissional e familiar. Nós já temos muitos avanços, cada vez mais as organizações e lideranças estão se preocupando com a gestão de pessoas, bem-estar e satisfação do colaboradores, e para reter talentos é importante adotar práticas que valorizem e assegurem a maternidade, oferecendo soluções de acordo com a realidade dessas colaboradores, além de pensar em parentalidade como um todo”. 

Além disso, 41% das mulheres admitiram ter receio de contar ao superior sobre a gravidez. Outro dado preocupante é que 43% das mulheres afirmam ter sofrido algum tipo de preconceito ou descredibilização durante ou após a gestação

É importante destacar a necessidade de ser um agente na promoção de uma cultura organizacional inclusiva, até mesmo inspirando pelo exemplo, nas lideranças femininas que são mães, e mostram a valorização e respeito a maternidade, por isso gravidez e a parentalidade deve ser colocada em foco, mas não como obstáculos ao avanço na carreira. A persistência de estereótipos de gênero e o preconceito no local de trabalho é evidenciada por esses dados, reforçando a urgência de implementar políticas claras e o fornecer treinamento para conscientizar os colaboradores sobre os direitos das mães no ambiente de trabalho, além de inspirar o mercado como um todo”, finaliza Ana Paula Prado. 

AMOSTRA

Pesquisa realizada pelo Infojobs entre fevereiro e março de 2024, com a participação de 742 pessoas que se identificam com o gênero feminino, de 18 a 60 anos.