Deputado cobra esclarecimentos de Tarcísio sobre demissão de auxiliares de alunos com autismo

Professores e pais temem prejuízos ao suporte de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) da rede estadual de São Paulo

Por Redação em 03/02/2025 às 16:00:28
O deputado Rafa Zimbaldi (Cidadania) protocolou um ofĂ­cio na Secretaria de Estado da Educação, questionando uma suposta demissão em massa de professores auxiliares que atendem alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras deficiĂȘncias que demandam abordagem pedagógica especial. Conhecido pela atuação em defesa da comunidade autista, o parlamentar tomou a iniciativa após receber um sem-nĂșmero de vĂ­deos e de mensagens de mães e de pais preocupados com a medida que teria sido tomada pela gestão de TarcĂ­sio Gomes de Freitas (Republicanos), no Ășltimo dia 17/1.

Tecnicamente denominados Profissionais de Apoio Escolar para Atividades Escolares (PAE-AEs), esses auxiliares tĂȘm papel fundamental ao lado de professores titulares no acolhimento e no suporte a estudantes com TEA durante o turno escolar. À Imprensa, o governo estadual justifica a possĂ­vel dispensa como "mudança na atuação dos PAEs" - explicação que não foi bem recebida pela comunidade autista.

AtĂ© o ano passado, cada PAE-AE atendia um Ășnico aluno com autismo em sala de aula. Logo, o acolhimento era individualizado. O Governo de São Paulo, agora, sugere que cada auxiliar fique responsĂĄvel não apenas por um, mas por atĂ© cinco autistas, de uma só vez. Em caso de nĂ­vel de suporte alto, como o que requer o grau 3 de TEA, caberĂĄ à escola decidir se mantĂ©m o atendimento Ășnico.

Diante deste cenĂĄrio, Rafa protocolou ofĂ­cio na pasta de Educação, chefiada por Renato Feder. No documento, o deputado do Cidadania expressa preocupação com os impactos da medida, principalmente porque a comunidade autista estĂĄ realizando, nos Ășltimos dias, manifestações, passeatas e abaixo-assinados em diversas cidades do estado de São Paulo.

No ofĂ­cio, o parlamentar indaga se a dispensa de professores Ă© oficial e definitiva, como serĂĄ a realocação desses servidores e qual a previsão de contratação de novos auxiliares:

"Essa Ă© uma questão urgente e que precisa de resposta imediata. Não podemos permitir que alunos com deficiĂȘncia fiquem desamparados num momento tão crucial, como o inĂ­cio do ano letivo. Aguardo, o quanto antes, um posicionamento da Secretaria de Estado de Educação, para garantir que nenhuma criança seja prejudicada por tal decisão", reforça Rafa.

A medida tem gerado grande preocupação entre pais, professores e a comunidade escolar que teme prejuĂ­zos irreparĂĄveis no suporte educacional oferecido aos estudantes com TEA e outras deficiĂȘncias na rede estadual de ensino.

Lei federal
Popularmente conhecida como lei "Berenice Piana", a legislação federal 12.764/2012 estabelece que pessoas com TEA de todo o Brasil tenham direito a um acompanhante especializado em sala de aula. Hoje, São Paulo conta com cerca de 9 mil PAEs. No ano passado, o Estado abriu um edital para contratar mil novos profissionais terceirizados.


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