Com a força da torcida paulista e brasileira, Rayssa Leal é tricampeã mundial de Skate Street em São Paulo

Medalhista olímpica em duas edições, atleta maranhense faz tremer o Ginásio do Ibirapuera; Correio acompanhou volta a volta da campeã nas redes sociais

Por Camilla Sedrez e Guilherme Conde em 15/12/2024 às 21:05:21
Para quem tem mais de 35 anos, sabe que domingo era dia de conquista esportiva brasileira pelo mundo.

Neste 15 de dezembro de 2024, foi possível relembrar ainda mais o legado do tricampeão mundial de Fórmula 1 Ayrton Senna.

Deixando claro que não estamos comparando uma figura com outra, mas o nível de emoção proporcionado pela skatista, fez sim, lembrar o que, para muitos, o maior piloto de todos os tempos, deixar igual.

O Ginásio Geraldo José de Almeida, mais conhecido como o Ginásio do Ibirapuera, localizado na Zona Centro-Sul da Capital Paulista, foi palco das finais da Super Coroa da Liga Mundial de Skate Street, o campeonato mundial de skate da categoria street, categoria esta que é modalidade olímpica desde a penúltima edição dos jogos olímpicos, ocorrida em Tóquio há três anos atrás.

Falando em Tóquio, Rayssa Leal teria que desbancar quatro skatistas nipônicas para sonhar com o tricampeonato da categoria. E não foi fácil. Rayssa disputou com Momiji Nishiya, Liz Akama, Yumika Oda (que cravou a melhor nota da final, 9.4), e Coco Yoshizawa.

Apenas a "Fadinha" e a australiana Chloe Covell eram "intrusas" na festa japonesa dentro da final feminina da SLS Super Crown. E tinha muita coisa em jogo. Nishiya, por exemplo, tirou o ouro de Rayssa nas Olimpíadas de Tóquio, e Akama, tirou a prata que Leal defendia em Paris.

Rayssa brigava volta a volta com Yoshizawa e Covell, sendo que nas voltas finais, era um "festival de filiações" no "Clube da 9" (Nine Club), selo que a Liga Mundial de Skate Street fornece aos atletas que conseguem ficar próximos da perfeição de acordo com os jurados, lembrando muito bem a ginástica artística, outra modalidade que fez o Brasil festejar bastante nos Jogos Olímpicos de Paris este ano.

Mesmo com a maior nota da final (9.4), Yumika Oda não chegou a ameaçar o título da "Fadinha". Quem estava com a "mão na taça" era Coco Yoshizawa. Após uma manobra que levantou o Ginásio do Ibirapuera - com nota 8.5 - e uma queda na última tentativa de Chloe Covell, Rayssa tornou-se a primeira tricampeã seguida da história da Liga Mundial de Skate Street.

Em quase 10 anos de competição feminina - o SLS acontece desde 2010 -, o Brasil é o país que mais venceu a Liga Mundial nas finais femininas através de: Letícia Bufoni (2015), Pamela Rosa (2019 e 2020) e Rayssa Leal (2022, 2023 e 2024).

"Não tenho palavras o suficiente. Tudo o que aconteceu hoje vale mais do que este troféu. (...) O nível estava alto, várias notas 9. Foi bem Corinthians! Estou realizada!", disse Leal à Rede Globo.

Sabemos que estamos falando de skate, mas as campeãs da Liga Mundial de Skate Street possuem (ou tiveram) alguma relação com clubes paulistas de futebol. A "Fadinha" é corinthiana, Pamela Rosa é são-paulina, e Letícia Bufoni, quase jogou futebol pelo Juventus da Mooca, que completou seu centenário em 2024.

Voltemos à Senna. Que time ele torcia, mesmo? Qualquer semelhança com a realidade, é mera coincidência, como diria aquela frase nos finais de novela.

Graças à "Fadinha", o Brasil voltou a sorrir em um domingo. Mais um motivo para comemorar neste final de ano!

No masculino, não deu

Ao contrário de 2023, quando Rayssa Leal e Giovanni Vianna levaram tudo para o Brasil, na final masculina não deu dobradinha no Ibirapuera. Vianna, que tentava o bicampeonato, foi superado pelo primeiro campeão da Liga Mundial, o californiano Nyjah Huston.

O skatista americano se tornou o maior campeão mundial da categoria, com seis títulos. Isso deixa o Brasil em segundo lugar entre os países campeões da SLS Super Crown no masculino. Os campeões foram: Kelvin Hoefler (2015, a primeira dobradinha do Brasil e da história da Liga Mundial de Skate Street), Gustavo Ribeiro (2022) e Giovanni Vianna (2023).

Na frente da Austrália, com apenas um título (Shane O'Neill, 2016), e ainda muito atrás dos Estados Unidos, com doze títulos no total.

As finais mundiais da SLS Super Crown no Ginásio do Ibirapuera aconteceram com o patrocínio da BB Seguros.


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