Apresentação "Transfiguration" com Olivier De Sagazan vai ficar em cartaz na Zona Leste

Pela primeira vez em São Paulo, o renomado artista francês se apresenta no SESC Belenzinho

Por Redação em 16/04/2025 às 22:45:43

Pela primeira vez em São Paulo, o renomado artista francês Olivier De Sagazan traz seu icônico trabalho Transfiguration, um espetáculo que desafia os limites entre pintura, escultura e performance em uma impressionante transformação ao vivo.

Misturando argila, tinta e seu próprio corpo como tela, Sagazan desconstrói e reconstrói sua identidade em cena, levando o público a uma jornada hipnótica entre o humano e o monstruoso, o efêmero e o eterno.

Um trabalho único e imperdível, que já percorreu os principais palcos do mundo e agora chega à São Paulo em uma parceria especial entre SESC São Paulo e a Azavah.


SINOPSE

TRANSFIGURATION (FRANÇA)
Num movimento incessante de busca, o corpo atuante se auto esculpe, enterrando-se no material primitivo, erradicando sua identidade e tornando-se a própria obra de arte viva. No entanto, esse material cega, esse corpo é forçado a ter contato com as profundezas de si mesmo. Em uma performance fascinante, Sagazan muda identidades no palco, de homem para animal e de animal para várias criaturas híbridas, ele perfura, oblitera e desvenda as camadas em seu rosto em uma busca frenética por nova essência e forma. Em TRANSFIGURATION, Sagazan dá um novo significado à noção de vida, oferecendo um vislumbre cativante, perturbador e estimulante de uma individualidade alternativa totalmente livre de inibição. Criada em 1998, a aclamada peça-performance TRANSFIGURATION já foi apresentada em mais de 25 países.

Diretor e intérprete: Olivier de Sagazan
Production Manager (FR): Gaelle Le Rouge
Produção Artística (BR): Alex Bartelli
Agenciamento e Produção Brasileira: Azayah

OLIVIER DE SAGAZAN
Indulgente, alienante e bastante hediondo às vezes, mas genuinamente surpreendente.
The Guardian


A metamorfose do desempenho

Nascido em 1959 no Congo (África), Olivier De Sagazan, busca em seus trabalhos, captar a essência existencial do homem combinando fotografia, pintura, escultura e performance em suas obras. A percepção artística de Sagazan se verticaliza após sua vivência na República dos Camarões, na África Central, para onde foi depois de estudar biologia e filosofia na universidade. A experiência e o tempo que passou lá, o lança em uma série de questionamentos em pontos filosóficos, religiosos, sociais e artísticos, e esse salto de consciência abre os horizontes de Sagazan para retornar e redescobrir suas próprias raízes. Da sua paixão por dar vida à matéria surgiu a ideia de cobrir o próprio corpo com barro para observar o "objeto" resultante. Esta experiência deu origem à criação do solo cênico Transfiguration, em 1998, no qual vemos um homem a desfigurar-se gradualmente. Este meio homem, meio besta, procura por baixo de suas máscaras e de forma incessante a sua real identidade.

Autor dos livros (original, em francês):
Le Fantôme dans la Machine
Transfiguration
Quand le visage perd sa face
La violence en art
Carnet d'atelier d'Olivier de Sagazan
Propos sur la violence de l'art

Un performer no caminho para retornar às raízes e reconstruir a existência primitiva: Olivier De Sagazan
 
O século XX foi um período de grandes rupturas no mundo do teatro, em grande parte devido ao impulso político. A relação entre compreensão mimética e representação clássica, que começou com Aristóteles e culminou com a compreensão holística hegeliana da arte, sofreu séria erosão estética e política com o sopro das vanguardas históricas e depois com o teatro político. O eixo principal dessa mudança no teatro foi a ruptura da arte e da vida, a elitização da arte, e a busca pela ponte profunda entre a vida e a arte encontrou-se em orientações alternativas. Enquanto uma perna dessas orientações alternativas é a busca de um retorno às raízes e ao teatro primitivo que começou com A. Artaud e continuou com Grotowski, Barba e Peter Brook, a outra perna foi formada na década de 1960, a chamada performance, happening ou o que podemos chamar de "body art" porque usa as possibilidades corporais como ferramenta. Não há problema em dizer que a intersecção comum onde essas orientações aparentemente diferentes se encontram é explorar as possibilidades do corpo, conhecer o corpo e alcançar a substância da existência. Embora se encontrem em uma intersecção comum, deve-se sublinhar que existem sérias diferenças políticas entre essas orientações. Em primeiro lugar, o uso do corpo como objeto de arte na performance art não é apenas uma ferramenta artística, mas podemos dizer que é uma reação à existência do modernismo que aprisiona o corpo.

A instigante existência de performance art (baseada na "arte conceitual", que ela herdou de Duchamp), que viveu sua época áurea entre 1960-70, é paralela à sua exposição à organização biopolítica do poder e sua dominação sobre o corpo. O movimento da performance, com o qual não podemos lidar independentemente do vento libertador dos movimentos de rebelião de 1968, deve ser entendido como um movimento de rebelião do desejo contra a existência corpo-corporativa do modernismo e a busca pela libertação do corpo. Contra a modernidade (capitalismo) que santifica o corpo, artistas performáticos que exibem que o corpo é uma zona liberada e não tem santidade respondem a isso transcendendo o limiar da dor e do medo, castrando a santidade modernista. De Joseph Beuys a Gina Pane, de Chris Burden a Hermann Nitsch, de Marina Abramovic a Yoko Ono e Allan Kaprow, todas as performances são realizadas por artistas de body art em sua "encenação" de seus corpos, não apenas artísticos, mas semânticos/ conceituais, há um aspecto provocativo.

Olivier De Sagazan, que transforma completamente seu corpo com objetos prontos e o transforma em objeto de arte, é um artista performático que provoca o mundo mental, espiritual e semântico do público, como outros artistas performáticos, mas há uma diferença importante que o distingue de seus pares, em termos de suas obras performativas formalmente a outros artistas performáticos, De Sagazan, que carrega os traços das abordagens teatrais primitivas/ ritualistas que começaram com Artaud e continuaram com Grotowski em termos de conteúdo e significado, é um artista que trouxe um novo fôlego à arte da performance ou body art nesse sentido.

O significado estético da obra de Olivier de Sagazan

Embora encontremos suas raízes no Futurismo, Dadaísmo e Teatro do Absurdo, não há tradição de que a arte performática esteja historicamente conectada. A performance art, cuja contrapartida semântica pode ser lida como um protesto contra a mercantilização da arte, e o abraço da arte com valores burgueses no contexto da separação entre arte e vida, deve ser lida como uma expressão estética do corpo em qual movimento e movimento são centrados, não palavras. É por isso que performance é chamada de arte corporal. O fato de o corpo ser objeto da produção artística e de que a modernidade tende a controlar o corpo dentro de um mecanismo de pressão no processo histórico é um processo paralelo. "As relações de poder intervêm diretamente [no corpo]: ele o cerca, o estigmatiza, o treina, o tortura, o compele a certos deveres, participa de cerimônias, envia sinais ao seu redor"- Michael Foucoult… Em seguida, ele descreve essa forma de relacionamento. Nesse sentido, cabe destacar que a performance art baseada no corpo é uma crítica à modernidade. Não há tradição em que obras performativas de Olivier De Sagazan estejam historicamente vinculadas. No entanto, deve-se notar que tem uma diferença temática com as obras performativas que surgiram especialmente na década de 1960. Sua transfiguração em suas performances corporais com o tema do retorno às raízes, o esforço em revelar o lado animal do homem através de uma profunda compreensão das paixões primitivas, e a ruptura da visão modernista com o efeito xamânico para romper os hábitos de vida, ser "cego" deve ser lido como uma contraposição ao efeito da modernidade no corpo (e na consciência).

Voltando às primeiras fontes do teatro, que começaram com Artaud pela primeira vez no sentido temático e continuaram com Grotowski, e o esforço para chegar ao ser humano puro liberto da percepção modernista (a percepção teatral rica em suas falhas) traz De Sagazan junto com essa tradição em um plano semântico/ temático. Nas obras de Sagazan, o que transforma e muda com a metamorfose do corpo é a consciência, e essa consciência de ver, perceber e olhar formada pelos padrões da modernidade. A refração e a transformação aqui são de dois lados. Por um lado, há uma transformação para o performer, por outro, ataca a visão e a percepção do indivíduo moderno; portanto, há uma dimensão em sua consciência que cria uma ruptura no código da existência. Ao determinar o eixo principal da obra de Sagazan como "quebrar os hábitos de vida", visa a dinâmica da mente e visão modernas que criam, nutrem e desenvolvem esses hábitos, e isso, por sua vez, quebra as percepções incorporadas nos códigos modernistas. A forma de refração aqui de se desenvolve primeiro através da visão e continua no nível da percepção.

Se lermos as formas às modernas de "ver", a existência mental de nosso olhar e percepções formadas pela modernidade, e se lermos isso como um estado apolíneo, então a capacidade de ver a "cegueira" de uma maneira diferente, e para significar a mesma coisa, o abandono do estado moderno de ver, em vez do elemento apolíneo (de certa forma), podemos lê-lo como um estado dionisíaco de olhar e ver.


Serviço

Transfiguration

SESC Belenzinho - Sala de Espetáculo I

De 25 de abril a 4 de maio de 2025

Sexta e Sábado, às 19h

Domingo, às 16h

Duração: 50 minutos

Classificação indicativa: 16 anos

Ingressos: R$ 50,00 (inteira); R$ 25,00 (meia-entrada); R$ 15,00 (Credencial Plena)


SESC BELENZINHO

Endereço: Rua Padre Adelino, 1000

Telefone: (11) 2076-9700

sescsp.org.br/Belenzinho
 

Estacionamento

De terça a sábado, das 9h às 21h. Domingos e feriados, das 9h às 18h.

Valores: Credenciados plenos do SESC: R$ 8,00 a primeira hora e R$ 3,00 por hora adicional. Não credenciados no SESC: R$ 17,00 a primeira hora e R$ 4,00 por hora adicional.

Transporte Público (Linha 3 - Vermelha)

Metro Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m)


SESC Belenzinho nas redes

Facebook | Instagram | YouTube: @sescbelenzinho


AGENCIAMENTO E PRODUÇÃO BRASILEIRA

Azayah Produções Culturais - Link - 11 99473 4173


Ajude o Correio a crescer e melhorar!

Comunicar erro

Comentários