Circuito de corrida de rua aconteceu no final da tarde do último sábado (09) no Pacaembu, Zona Centro-Oeste da Capital Paulista
Por Guilherme Conde em 14/11/2024 às 20:15:40
"Todo mundo espera alguma coisa, de um sábado à noite! Bem no fundo todo mundo quer..." correr!
Não havia outra referência melhor para começar a contar como foi a 2ª edição em 2024 da Santander Night Run em São Paulo.
O clássico de Cidade Negra com Lulu Santos poderia ser muito bem a trilha sonora de muitos corredores, além deste repórter!
À convite da Decathlon Brasil, o Correio foi, literalmente, correndo para acompanhar de perto o circuito de rua que já faz parte do calendário esportivo da Capital Paulista.
Foram 10 quilômetros de muitas observações e reflexões. Vamos a elas!
Aquecimento: Pontinhos Vermelhos na Linha Verde
São Paulo é uma cidade muito engraçada, se pararmos para pensar. Em todos os grandes eventos - independente do gênero: cultural, de mercado, esportivo - facilmente você consegue identificar quem está percorrendo o mesmo caminho que você.
Isso que, a partida entre São Paulo e Athletico Paranaense no MorumBis iria acontecer exatamente três horas depois da primeira largada.
Por volta das 17:00 do sábado, na estação Tamanduateí já era visível, algum corredor com o uniforme da Santander Night Run. E, conforme as estações foram avançando no sentido da Vila Madalena, mais "pontinhos vermelhos" foram se juntando. Na estação Clínicas, era possível ver alguns corredores esperando parceiros para seguir na aventura.
Esquenta na Praça Charles Miller
(Momentos antes da largada dos 10 quilômetros/Foto: Guilherme Conde)
A largada e a chegada da Santander Night Run foi na icônica Praça Charles Miller, bem de frente ao Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho (pai de Antônio Augusto Amaral de Carvalho, o seu Tuta, fundador da Rádio Jovem Pan, que nos deixou na segunda anterior à prova, 04), agora Mercado Livre Arena Pacaembu, onde também, localiza-se o Museu do Futebol.
Um enorme palco e muitas tendas estavam espalhadas na praça, além de ativações dos patrocinadores, com direito à "área VIP" com massagens e exercícios de preparação.
Posso afirmar que foram bem vindos para quem se aqueceu e teve massagem!
A noite chega no Mar Vermelho
18:25. Cinco minutos para a primeira largada. Os quatro pelotões - Quênia, Azul, Verde e Branco - foram se formando. Os corredores foram chegando ainda mais próximos do pórtico de largada.
O sentimento era de alegria, concentração, emoção, ansiedade, seriedade, e tudo mais. Você pode ver aqui como estava.
18:30. Enfim, começavam os 10 quilômetros mais longos da vida deste repórter. O Mar Vermelho dispersava-se. Agora, era pra valer!
A Avenida Pacaembu foi tomada de vermelho com mulheres, homens, de diferentes idades, origens, classes sociais, bairros, cidades. Éramos um. Todos em busca de um objetivo: conseguir terminar a prova.
No momento em que passava pela avenida, o semáforo das esquinas com a Rua Tupi e Rua Dr. Cândido Espinheira parecia ser programado pela organização do circuito, pois estavam verdes bem no momento em que passávamos. Lembro-me de ter aberto um largo sorriso, pois por muito tempo, passava por aquela mesma avenida, seja de transporte público ou caminhando.
Concentração para respirar bem. A avenida continua. Atenção!
Ao passar debaixo do Viaduto General Olímpio da Silveira, o Mar Vermelho avistava-se novamente. E eu entendi o motivo.
Viaduto Pacaembu ou Avenida Brigadeiro Luiz Antônio?
Por um momento, esqueci-me que estava na Barra Funda, de verdade. Conforme o Viaduto Pacaembu chegava, o elevado foi se tornando evidente. Rapidamente, voltei no tempo. Não era mais um corredor ou um jornalista. Era um guri que assistia à Corrida de São Silvestre na Cidade Tiradentes (Zona Leste de São Paulo) ou no Capão Redondo (Zona Sul).
Quando eu via os corredores subindo o mítico trecho da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, e ouvia os narradores dizendo: "olha aí, essa subida não é fácil! quem não tem preparo não consegue fazer esse trecho correndo!"
Eu pensava: "ah, para um corredor amador, é só diminuir o passo, é tranquilo!"
Sabia que poderia passar por alguma provação semelhante algum dia. E esse dia chegou. 09 de novembro de 2024, 18:50. A subida do viaduto continuava. Era a hora de diminuir o passo ou dificilmente, se continuasse naquele ritmo, seria um tanto complicado terminar a prova dentro do planejado.
Retorno feito, e mais subida. A mesma estratégia. De volta à mesma Avenida Pacaembu.
Esperançar: amar é um ato de coragem
Tive alguns segundos - novamente - fora de concentração. Quando estava correndo de volta à Avenida Pacaembu, um pouco antes do ponto de hidratação, olhei um mural que fica entre a Rua Mário de Andrade e a Rua Barra Funda.
Era o rosto do educador Paulo Freire com a seguinte frase: "esperançar: amar é um ato de coragem".
Olhei fixo para o mural por 30 segundos. Muitas coisas passavam pela minha cabeça naqueles poucos segundos. Na manhã desse mesmo sábado, horas antes da prova, "estava a cuidar dos meus guris", expressão que normalmente uso para dar aula. Estava a me superar não apenas por mim, mas pelos meus alunos. Atuais e anteriores.
Esperançar, correr, superar. Precisava seguir em frente. Tinha mais 5 quilômetros para percorrer.
Quando corria em sentido contrário debaixo do Viaduto General Olímpio da Silveira, a garoa apertou. Momento ideal para acordar e voltar à prova.
Seguindo de volta à Praça Charles Miller, ouvia os auxiliares de prova: "atenção 10km, fique à esquerda para a segunda volta!"
Papai do Céu! Segunda volta? Ainda? Sim, lá se vão mais 5 quilômetros. Eram os últimos.
Foi então, que retratei o momento de início da segunda volta, que você pode ver aqui.
Aproveitei que o equipamento e o Instagram "entraram em acordo" (entende-se por ficar lento), para seguir em passadas largas. Quando cheguei perto de novo do Viaduto Pacaembu, a ideia foi: "é seguir assim, o sprint deve ficar pro final!"
Novamente, retorno feito, e mais subida. A mesma estratégia. De volta à mesma Avenida Pacaembu. Momentos antes de retornar à Avenida Pacaembu, precisei fazer um trabalho mental. Utilizando técnicas de hipnose, rapidamente fiz uma contagem regressiva. De olhos fechados e passadas largas.
Era a hora do sprint final.
Ritmo de Festa
Pela última vez na prova, atravessei o Viaduto General Olímpio da Silveira já "no pique". O último quilômetro deveria ser a todo vapor. E foi.
Conforme a Praça Charles Miller ficava mais perto, o sorriso ficava mais largo, e já nem sentia o asfalto da avenida. Nos metros finais, só me preocupava com o cronômetro do pórtico de chegada.
O tempo era 01:10. Comecei a olhar para o céu e agradecer. Muito. O planejado era completar a prova entre 01:30 a 01:45.
Festa feita, linha cruzada. A hora, era de diminuir o ritmo, voltar ao normal e procurar por histórias. Afinal, não deixava de ser uma cobertura, não é mesmo?
(A engenheira Yara Torres, que correu 10k pela 1ª vez/Foto: Guilherme Conde)
Conversei com Yara Torres, engenheira que mora em Diadema. Correu pela primeira vez 10 quilômetros. Pensou em mudar para 5km com receio, pois a preparação não terminou como planejado. Yara inscreveu-se no início do ano. Mas como o horário da primeira largada foi dos 10km, preferiu seguir. E não se arrependeu!
Time B³ na Santander Night Run composto por: Lucas Garcia, Alexandre Bellini, Claudia Luzzi, Viviane Malanga, Marcelo Ceglia, Dr. Jean Joubert, Tiago Alves e Luís Vieira/Foto: Guilherme Conde)
Como estudante de economia, um uniforme específico me chamou a atenção. Era o Time B³! Sim, a Bolsa de Valores de São Paulo teve representantes na Santander Night Run! Afinal, de altos e baixos, essa equipe entende! Agradeço imensamente ao Time por aceitar parar para uma foto à este Correio. Deve ser muito bom esquecer dos gráficos e dados por alguns momentos!
No Pain, No Gain
Era a hora do retorno. Se antes descer a Escadaria do Pacaembu era motivo de empolgação, subi-la depois de correr 10km, não era tarefa fácil. Por um momento, só queria ter 23 anos de volta!
Se fosse somente a Escadaria do Pacaembu, era fácil. Tinha a subida da Rua Major Natanael em direção à Avenida Doutor Arnaldo.
E mais uma epopeia. Ao dobrar a Dr. Arnaldo, o sorriso largo voltou. Nossa primeira participação na Santander Night Run chegou ao fim.
Nós, profissionais de mídia, temos o costume de guardar as credenciais de grandes - e notáveis - coberturas. Pela primeira vez, a credencial de imprensa deste repórter é uma medalha. Uma singela vitória para a imprensa independente paulista!
(Medalha e uniforme (kit) do repórter/Foto: Guilherme Conde)
Agradecimentos
Conforme dito no início, agradecemos demais à Decathlon Brasil pelo convite, às plataformas Running Land e O2, que são mantidas pela Norte Marketing Esportivo, ao Banco Santander e aos demais patrocinadores da Night Run: Prudence, Enel, ConstruJá, LeoGraf, Sherwin Williams, Daiichi-Sankyo, FEMSA, Fadel, Júlio Simões Logística (JSL) e SulAmérica.
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