Exposição Castelo Rá-Tim-Bum 30 Anos: Uma interminável viagem aos anos 90
O Correio te conta como foi a exposição sobre o principal programa infantil da TV Cultura na década de 90, viaje conosco!
Por Anderson Wadner, Camilla Sedrez, Guilherme Conde e Paulo Vitor Vieira em 14/03/2025 às 15:55:07
Quem nasceu em 1998, 1999, 2000 em diante, pôde acompanhar o final de uma época dourada na televisão infantil brasileira. Mesmo assim, quem nasceu nos anos citados, conseguiu aproveitar bem a exposição. Agora, quem nasceu em 1995 para trás, foi impossível não se emocionar ao visitar os bastidores do castelo mais famoso do país.
Entre o final de 2024 até o início deste mês de março, o Solar Fábio Prado (outrora conhecido como Museu da Casa Brasileira), foi a casa da exposição Castelo Rá-Tim-Bum: 30 anos, onde os visitantes (paulistas ou não, pois foi possível ouvir outros sotaques) mergulharam na magia do Castelo que fez parte da imaginação de uma série de crianças e pré-adolescentes dos anos 90.
Crianças e pré-adolescentes esses que, hoje com suas famílias constituídas, mostraram aos seus pequenos a importância daquele programa de televisão em suas vidas. E não somente isso. Atores que deram vida aos personagens icônicos, visitaram a exposição durante a temporada, como: Ângela Dippe (Penélope), Pascoal da Conceição (Dr. Abobrinha), Marcelo Tas (Telekid), e Rosi Campos (a Bruxa Morgana, Tia de Nino), que gentilmente conversou com o Correio.
Logo na entrada do Solar Fábio Prado, após passar pelo Porteiro (pluft, plaft, stil, a porta se abriu!), era possível ver a maquete do Castelo (desenvolvida por Sílvio Galvão, inspirado pelo artista espanhol Antoni Gaudí e pelos antigos casarões de São Paulo, serviu de referência para a equipe de cenografia liderada por Luciene Grecco e Marcelo Oka), junto com as histórias do Dr. Victor Stradivarius (sim, é isso mesmo) Victorious, o Tio Victor, interpretado por Sérgio Mamberti, de abençoada memória. Todos lembram de seu smoking, bigode e óculos redondos. Indícios que a visita pela exposição seria inesquecível.
Continuando, você começava a perceber a genialidade de quem fez o Castelo ser o que é. Antes de ver o figurino original (desenvolvido por Carlos Alberto Gardin) do trio Pedro (Luciano Amaral), Biba (Cinthya Raquel) e Zequinha (Freddy Allan), você podia ver o boneco do Mau (bem lá no teto, quase), o figurino da Penélope (Ângela Dippe), e quem compôs a trilha sonora do Castelo, desde a abertura, feita pelo eterno vocalista do Karnak André Abujamra, Hélio Ziskind (o autor da música do gás) e Luiz Macedo. Contou até com participações de Arnaldo Antunes, Maurício Pereira, Fernando Salem e Wandi Doratiotto, sim, o apresentador do Bem Brasil, programa de música da TV Cultura muito famoso na mesma década de 90, onde artistas e bandas se apresentavam (e gravavam) no SESC Interlagos. Afinal, quem não se lembra dele dizendo: "palco" e colocando a ficha de apresentação do programa na lente da câmera?
Seguindo, era a hora da emoção apertar. Em uma parte que simulava o espaço sideral, a história de um personagem marcante era contada. Acredito que você leitor, já sabe de quem se trata. E sim, você também já começou a cantar: "Etevaldo, do espaço sideral, Etevaldo"!
Muito antes do Castelo Rá-Tim-Bum atingir o sucesso estrondoso que sabemos, Wagner Bello, o intérprete de Etevaldo, morreu no primeiro ano de exibição do Castelo, em 1994. Foi explicado que uma psicóloga ficou de suporte às crianças (na época, Amaral, Raquel e Allan), pois eram muito novos para sentir o impacto da perda de alguém tão querido por todo elenco e staff do programa infantil.
Recuperando o fôlego, matamos a saudade da dupla "Tap e Flap", na época interpretados pela dupla Théo Werneck e Gerson de Abreu, também de abençoada memória, e checar o figurino do Telekid - e também Professor Tibúrcio, ex-apresentador e líder do CQC - Marcelo Tas. Não havia um visitante que não se lembrava das conversas que Telekid tinha com Zequinha, onde ficou eternizada a frase: "porque sim, não é resposta!", dita até hoje, desde a Educação Infantil até o Ensino Superior.
E de repente, tudo muda. Estávamos em um laboratório. Você também deve saber de quais personagens estamos falando. Flávio de Souza e Henrique Ströter (lê-se Stroeter) deram vida à dupla de cientistas mais famosa do Brasil: Tíbio e Perônio. No espaço que contava a história dos personagens, era possível perceber o processo de caracterização de Souza e Ströter, até ficarem completamente idênticos, e passarem para a história da televisão infantil nacional. Ah, sem deixar escapar, tinha um esqueleto de um dinossauro no laboratório. Somente o Castelo Rá-Tim-Bum poderia te proporcionar isso!
Ao sair do laboratório, passamos por uma parte que era possível observar fotos do elenco, uma mesa de xadrez bem peculiar, e tirar fotos de toda aquela parte. A caminhada continuava, e vimos o figurino do Dr. Abobrinha (Pascoal da Conceição) e da Caipora (Patrícia Gasppar, que hoje participa da novela Beleza Fatal - HBO/Band TV).
Enquanto isso, chegamos lá. No lustre do Castelo! Se já ficamos impressionados com a semelhança de Tíbio e Perônio, todos também lembravam das fadinhas Lana e Lara, que o Castelo fez ficarem bem iguais! O brilho de Fabiana Prado e Teresa Athayde fez com que estas personagens também sejam lembradas! Até porque, aquela voz que dizia: "enquanto isso, no lustre do Castelo...!" é inesquecível!
Pergunta: que som é esse? Você achava mesmo que iríamos esquecer o trio musical que ensinou milhares de crianças sobre educação musical, certo? Achou errado! João de Barro (mais conhecido apenas como Passarinho) e as Patativas tiveram um espaço que era tão interativo quanto o quadro deles. Além do palco com o figurino do trio, você ouvia - e relembrava - os quadros que ensinavam sobre alguns instrumentos, e os mesmos estavam na parede com luz indicativa, fazendo que todos os visitantes ficassem ouvindo, lembrando e acompanhando. Maravilhoso! O trio era composto por Gabriela Lacerda (em 1995 apenas), Dilmah Souza, Ciça Meirelles e Fernando Meirelles.
O figurino original dos personagens João de Barro e as Patativas (Foto: Guilherme Conde)
Um momento, o Fernando Meirelles? Aclamado diretor de cinema, que dirigiu "Cidade de Deus"? Sim, leitor e leitora! O João de Barro que nos ensinava os sons dos instrumentos, ensina ao mundo sobre a visão cinematográfica brasileira. Muito bom lembrar disso, ainda mais após nosso primeiro Oscar!
Quem nasceu na década de 90, lembra muito bem como eram as cozinhas das casas de nossos avós. A cozinha do Castelo não era lá muito diferente, o que potencializava a nostalgia! Na parte que mostrava a cozinha do Castelo, haviam pequenas portas, onde, algumas se abriam, outras não. Nas portas que se abriam, você via fotos de cenas do programa. A cada três visitantes, dois paravam para abrir e fechar. Inclusive, estes repórteres!
Na cozinha do Castelo, também foi possível ver o figurino de Bongô, interpretado por Eduardo Silva. Teste: por quê será que Bongô estava na cozinha? Você lembra qual era a estampa de sua camiseta? Dica: é um prato de fast-food preferido de muitos paulistanos!
Um dos personagens clássicos do Castelo, era o Ratinho Azul. As canções compostas por Hélio Ziskind para o Ratinho Azul, mostravam para as crianças da época, que "banho é bom, banho é bom, banho é muito bom! Agora acabou!". Na parte dedicada ao Ratinho Azul, todos queriam tirar foto na banheira que imortalizou o personagem.
Passando pelo Ratinho Azul, você lembrava da Dedolândia, os dedos mais rockabillies da TV, que ajudou milhares de crianças a entenderem melhor matemática de uma forma bem rock'n'roll, e enfim, você chegava no mítico hall do Castelo, onde era possível se encontrar com Celeste, a cobra rosa mais legal da TV brasileira! Ao subir as escadas à esquerda, você podia observar quadros da família de Nino e Tio Victor, e no mezanino, gratas surpresas ao visitante. Você podia ver a planta do Castelo em uma exposição feita no antigo PlayCenter, o parque de diversões que muitas crianças e jovens da Grande São Paulo puderam visitar nos anos 90. Detalhe: o parque ficava na Barra Funda, próximo aos estúdios da Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura, no bairro da Água Branca, Zona Oeste da Capital Paulista.
Depois da planta, você podia observar algumas das milhares de cartas recebidas pela produção na época da exibição do Castelo. Crianças de diversas partes de nosso estado, pediam para "conhecer o Castelo", querendo realizar seus sonhos. Trechos de reportagens sobre o Castelo, fitas de VHS da antiga coleção do Castelo, livros ilustrados do Castelo, e claro, os prêmios, nacionais e internacionais que o Castelo recebeu durante a época de exibição.
Abaixo do mezanino, o túnel do tempo foi ativado. Completamente revestido pelos quadrinhos da Turma da Mônica, era possível conhecer o quarto da "criança de mil anos de idade", o Nino, interpretado pelo protagonista Cássio Scapin, e seu figurino.
Finalmente, conhecemos o quarto da Tia Morgana, a bruxa mais querida pelas crianças na época da exibição do Castelo. Todo o mobiliário do cenário, o caldeirão, a Adelaide (que Luciano Ottani manipulava muito bem, além de outros mascotes do Castelo), você podia tirar foto e observar. Quadros com fotos da Tia Morgana, Nino e Tio Victor, e as claquetes, eram pistas que o final que ninguém queria, havia chegado.
Passando pelo quarto da Tia Morgana, era possível lembrar as exposições no exterior, com a lojinha do Castelo, com produtos específicos e comemorativos do programa infantil que fez parte da infância de muitos paulistas.
Uma das melhores experiências em nostalgia, com um programa que era exibido nos anos 90 e 2000 pela TV Cultura. A exposição foi, sem dúvida, uma volta no tempo e um convite a ser criança. Muita emoção se passa dentro de uma criança quando olha de perto os cenários, os figurinos e acessórios reais que foram utilizados pelos atores na época da exibição do Castelo na TV.
Uma volta linda a este tempo que nos enobreceu o lúdico e nos embalou com as canções que queríamos levar para a escola e cantar para os professores e amiguinhos da época. Lembrança de grandes atores que personificaram com maestria os personagens fantásticos dessa doce aventura. Tudo era mágico. Desde as brincadeiras entre os atores, as fotos e quadros, os contos e histórias que contavam brincando com o nosso imaginário. Foi muito bom voltar a este tempo onde tudo era possível ser feito. Aventuras à parte, a exposição celebra os 30 anos do Castelo Rá-Tim-Bum, e quantas crianças cresceram ouvindo e assistindo as aventuras do Nino. Experiência verdadeiramente única.
Antes da exposição no Solar Fábio Prado, tal experiência somente foi vista na exposição anterior comemorando os 20 anos, no vizinho Museu da Imagem e do Som (MIS), em 2014. Muitos que não puderam visitar a exposição dos 20 anos, foram ao Solar Fábio Prado comemorar os 30 anos do Castelo. Um dos destaques da exposição, foi sua incrível montagem 3D. Não por acaso, uma feliz coincidência familiar: um dos responsáveis pela montagem 3D da exposição no Solar, foi Victor Tecco, que é primo da diretora de redação do Correio Camilla Sedrez.
Falando sobre a redação, os repórteres que visitaram a exposição, representaram três gerações: nascidos nos anos 70, 80, 90 e 2000. Quem acompanhou a estreia do Castelo, quem pegou a primeira reexibição do Castelo, e quem acompanhou a exibição remasterizada do Castelo na TV Cultura. Enquanto os registros audiovisuais eram feitos, era comum os repórteres lembrarem de episódios e momentos que lembravam ao assistir o Castelo.
Já é possível imaginar uma futura exposição dos 40 anos do Castelo em 2034. Provavelmente, com repórteres nascidos a partir de 2010, querendo matar a curiosidade das histórias contadas por estes repórteres sobre o melhor programa infantil da história da televisão brasileira.
Ex-jogador autografará o livro "Saga Cafu" em frente ao prédio da FIESP como parte da programação do projeto de incentivo à leitura realizado pela Ibá e pela Abigraf
Helena Black, a drag queen contadora de histórias, personagem criada pelo ator e educador Paulo Reis, está de volta às Bibliotecas Municipais de São Paulo com uma nova aventura para encantar a criançada
Ex-jogador autografará o livro "Saga Cafu" em frente ao prédio da FIESP como parte da programação do projeto de incentivo à leitura realizado pela Ibá e pela Abigraf
Helena Black, a drag queen contadora de histórias, personagem criada pelo ator e educador Paulo Reis, está de volta às Bibliotecas Municipais de São Paulo com uma nova aventura para encantar a criançada